sábado, 12 de fevereiro de 2011

Minha Amante, a Automóvel

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Juca Chaves, o "menestrel maldito" fala de seus perdidos amores
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A carro é um substantivo feminino. Como em italiano : la macchina, la Ferrari, la Maserati, la Lamborghini ... E eu sou um apaixonado por essas automóveis e como um priápico amante já tive mais de uma centena delas.
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Sempre sou seduzido e não consigo resistir. Mas quem há de ? Seus faróis são seios que, como nas mulheres, se acendem à noite. Suas formas se encaixam na personalidade de seu condutor.
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as italianas
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Uma carro italiana, por exemplo, parece uma adolescente com rinite : ronca muito, não dá conforto, mas é emocionante nas curvas. Tive várias.
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Fiat - Moretti, Siata; Lancia - Flaminia, Aurélia GT; Alfa Romeo - Giulia, Giulietta, Dueto e a mais notável, dream car Montreal, que parecia uma miss com mãe atrás, por ser difícil de dirigir; Maserati, com lindos nomes de ventos : Bora, Merak, Gibli e Mistral, que me lembravam as nobres italianas; caras pra conviver e não valem nada na hora da despedida.
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Ferrari, tive três : Scaglietti, 365 2+2 e uma Berlinetta Boxer, que lembram a mulher da gente : linda, forte, intempestiva, brava e com alto custo de manutenção. Mais ainda : ISO Rivolta, Griffo; De Tomaso Pantera e Valellunga; Lamborghini Miura. Meninas lindas, mas que bebem demais, tossem mais ainda e precisam de médico constantemente.
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as alemãs
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Carros Alemãs ? São mulheres gordas (exceção para a Audi de alumínio), honestas, de roupas sóbrias e não ficam doentes. Com tantas virtudes e tecnologia, não me dão tesão. São pesadas e duras como tias solteiras anglicanas.
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Tia Mercedes, tive-as : 190 SL, 300 SL asa de gaivota, 250 S, 300 SLC, 280 E. A prima Porsche tive duas : 911 1.600 e 1.600 conversível ( chamei-as de Titutas - Porschetitutas ).
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Tia Borg Ward Isabella, dois BMW 3.0 e, para encerrar o capítulo alemão, uma Opel que lembrava um cozinheiro de salsichas.
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as inglesas
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Vamos para as inglesas : meu pai teve uma carro inglesa nos anos 50, um Jowet Javelin. Possuo uma foto dela com a família toda empurrando e há pouco tempo encontrei um senhor muito simpático que me disse : "Seu pai não saía da oficina". Claro, era uma carro inglesa. Hoje, dezenas de mecânicos dizem o mesmo de mim.
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Mas, mesmo traído, nunca consegui resistir. Foram muitas essas amantes : MG TD, MG B, MG A, Austin Heally, Aston Martin DB4, Rover, Mini Morris Cooper 2.000 "World Champion" e ela, a máxima, a voluptuosa Jaguar, paixão das paixões, que se dá por prazer, mas que dá mais despesa e trabalho que amante argentina.
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Em nome da verdade, devo lhes dizer que perdi a virgindade com uma Jaguar e a primeira Jaguar ninguém esquece : foi uma Jaguar XK 120, forrada com a pele da mãe. Linda ! Comprei por 500, gastei 600 e vendi por 200.
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Daí para frente, elas fizeram fila : XK 140, XK 150, Mark II, Mark IV, Mark V, Mark X (igual à do meu amigo Ronnie Von), E Type 69, 72, 73 Série III automática e única ! Mais : XJ 6, XJ 12, XJ 12S, XJ 6 Vanden Plass.
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Amantes por dúzia, caras, nobres, problemáticas, complicadas (antigas bombas injetoras Lucas davam mais chabu que encanador baiano).
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Porém, confesso : assim que surgir o novo modelo na primavera (época do cio automobilístico), meu nome estará escrito no seu carnet para a primeira transa e a que eu tenho hoje não se importará de ser trocada por outra mais jovem. Aliás, amante é pra essas coisas.
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as francesas
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Ah ! Vamos falar das francesas. Tem som de sanfona como a França e, pior que uma sanfona francesa, só duas sanfonas francesas.
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Tive alguns casos com as francesas : Citroen Facel Vega; Dauphine e há dois anos rodei o interior da França com uma XM 24 com corpinho Bertoni.
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São engraçadas essas francesas : delicadas, macias, não gritam e não correm.
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as americanas
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As americanas não são femininas. São americanas ! Não possuem sexo, mas performance ! Práticas, grandes, bebem como cantoras de samba-canção e não precisam de médicos (mecânicos), mas de analistas (computadores).
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Da família Ford, já namorei duas Thunderbird 55 e 56, uma Fairlane, a prima Mercury Capri; com a família GM, tive alguns casos sérios : Corvette 55, 58, 68, 74, 85, 90 ZR1, Cadillac 84 Brogham e a miss do ano (segundo os jornalistas especializados) que é minha Cadillac Seville STS, que vocês podem namorar (na primeira foto), assim como a playmate do mês, um pouco vestida, um pouco nua.
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Dos parentes jovens, tenho, ainda, uma Pontiac Transport Van só para transportar as notas de oficinas mecânicas e postos de gasolina que servem essa modesta frota.
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Só para deixar o Iaccoca feliz : minha avó teve uma Dodge 48, roxo-cobalto. Ainda não tive amantes japonesas mas, em compensação, não saio de seus restaurantes. Assim como os americanos estou aguardando o meu dia de Pearl Harbor ...
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as brasileiras
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Finalmente, gostaria de falar das russas. Não são artigos importados. São deportados ! Parecem bundudas e cultas professoras de óculos. Pergunto : você passaria um fim de semana com uma professora de óculos ?
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Carro nacional, nem pensar ! Sou patriota mas não idiota. Diz o ditado :"Corno e carro a álcool, você um dia terá um".
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Pois é ... felizmente só tive corno.
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