segunda-feira, 14 de abril de 2014

REABRIU INTERLAGOS

Agora com dois circuitos o autódromo paulista, permitindo a média horária de 200 Km/h


1956 - Por mais de um ano estêve interditado o autódromo de Interlagos, considerado uma das melhores pistas de corridas do mundo devido ao traçado e visibilidade proporcionada ao público. A prefeitura de Santo Amaro apontava o estado da pista, com seus buracos e ondulação, como impraticável para a realização de provas automobilísticas.

A seção paulista do Automóvel Clube do Brasil providenciou então a reforma do piso e o asfaltamento de um trecho de aproximadamente 400 metros que liga a grande reta à reta da chegada. Passou assim Interlagos a contar com dois circuitos : o antigo, com a pista de 8 quilômetros, onde o pilôto e a máquina são submetidos à dureza do percurso sinuoso; e o novo, que é o circuito externo, om 3.520 metros de extensão, especial para as provas de alta velocidade e capaz de permitir a média horária de 200 Km/h.

A reabertura do autódromo, marcada para 11 de dezembro, quando se disputou a II Prova Prefeitura Municipal de São Paulo, foi corridíssima e os torneios agradaram em cheio. Haviam se inscrito mais de três dezenas de volantes, destacando-se Chico Landi como o franco favorito, e esperando-se que o veterano repetiria o feito de há tempos na primeira prova Prefeitura Municipal de São Paulo. Tinha tudo a seu favor: mais classe e melhor carro. Contudo, Landi perdeu uma corrida que já estava praticamente ganha, por descuido dos mecânicos. Classificou em quarto lugar.

Sagrou-se vencedor Celso Lara Barberis. Correu as 50 voltas com "a cabeça", calmo e tranquilo, sem nunca se precipitar, e sem a preocupação de acompanhar Landi, mesmo porque não possuía condições mecânicas para tanto. Lutou pela vice-liderança, e como Landi sofreu um azar, Celso ficou com a vitória. Sua melhor volta, média horária de 144,500 Km/h. Para o percurso total que foi de 162,500 Km, o campeão marcou a média horária de 110,680 Km/h.

Destacaram-se também Godofredo Viana Filho e Rafael Gargiulo, classificados respectivamente, em 2º e 3º lugares.

Henrique Casini, logo nas primeiras voltas ficou sem o pára-brisas que foi quebrado por uma pedra. Assim mesmo atirou-se à luta, só desistindo quando, faltando apenas 7 voltas, estourou um pneu e seu carro bateu num barranco. O baiano Paulo Lanat não teve chance, sendo obrigado a desistir na décima quarta volta.


Foi a seguinte a classificação geral da corrida da II Prova Prefeitura Municipal de São Paulo:


  1. Celso Lara Barberis / Ferrari 
  2. Godofredo Viana Filho / Ferrari 
  3. Rafael Gargiulo / Ford Adaptado 
  4. Francisco Landi / Ferrari
  5. Luciano Falzone / Ferrari
  6. Jair de Melo Viana / Cadillac Adaptado
  7. Cyro Cayres / / Ferrari
  8. Henrique Casini / Ferrari
  9. Alberto Rabay / De Soto Adaptado
  10. Angelo Juliano / Ferrari
  11. Joaquim Ribeiro Sampaio / Maserati
  12. Luís Valente / Ford Adaptado
Além das taças e medalhas, a seção de São Paulo do Automóvel Club do Brasil distribuiu os seguintes prêmios em dinheiro:

Categoria Esporte até 2.000 cc : Cr$ 5.000,00 para o primeiro colocado; Cr$3.000,00 para o segundo, e Cr$2.000,00 para o terceiro.

Categoria Esporte acima de 2.000 cc e Mecânica Nacional : Cr$ 30.000,00 para o primeiro colocado; Cr$15.000,00 para o segundo; Cr$10.000,00 para o terceiro; Cr$5.000,00 para o quarto; e Cr$3.000,00 para o quinto colocado.

Foram distribuídos ainda mais Cr$5.000,00 para os principais classificados da Mecânica Nacional.