domingo, 4 de junho de 2017

A NOVA VELHA HISTÓRIA


1985 - Há quem ame, há quem odeie. Entretanto, é inegável que a Formula Indy norte-americana vem ocupando espaços e, temporada após temporada, disputa em igualdade com a Formula 1, o título de categoria máxima do automobilismo mundial.

Na mesma medida, o status conquistado não deixa de ser do mais puro  nonsense quando se sabe que ela é economicamente muito viável, restringe-se somente a dois países, até 1985, pelo menos, e o nível técnico dos pilotos é indiscutivelmente inferior ao da brigada da Formula 1.

O sucesso da Formula Indy, assim, parece dever-se basicamente a um maior equilíbrio entre os equipamentos de cada equipe. Lá, a tecnologia ainda não chegou aos financeiramente astronômicos, requintes da Formula 1, e tem uma muito bem lubrificada maquina de divulgação que, através de um marketing absolutamente perfeito, conseguiu transportar para outros circuitos, de quase nenhum encanto, toda a magia das tradicionais "500 Milhas de Indianápolis".

Então, ficou fácil. Patrocinadores milionários, perfeitas transmissões por rádio e TV e uma infindável revoada de refugos da Formula 1, estrelas em ascensão e uma leva de milionários americanos de limitadas habilidades no cockpit, mas ilimitadas contas bancárias.

A receita pode ser estranha mas o resultado é fantástico. E, além de tudo, enquanto em 1985, Bernie Ecclestone insistia em um tira-teima entre os melhores Formula 1 e os melhores Formula Indy, em uma prova em algum oval e outra em circuito sinuoso, e os americanos, é claro, não toparam até agora.

A final do campeonato dos gringos não poderia ter sido mais emocionante. Separados por um mísero ponto, pai e filho, Al Unser Senior versus Al Unser Jr, partiram para a última prova envolvidos por um clima de muita expectativa.

No final, venceu a tática e a sabedoria do papai contra o arrojo e a irreverência do filhinho. No pódio, o moleque levantou o pai no colo e fez a maior festa, alegria espontânea. Foi de arrepiar, de derramar cascatas de lágrimas...