segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

CONVITE DA FERRARI




1976 - Quando assumi a responsabilidade de pilotar o primeiro Fórmula 1 construído no Brasil, tomei a decisão mais importante da minha vida.

Pilotar uma Ferrari sempre foi meu sonho, e acredito que é o sonho de qualquer piloto. Mas até o GP do Japão eu tinha a promessa da Copersucar de renovar meu contrato e isso era suficiente para eu não pensar em sair da equipe.

Fui convidado para pilotar uma Ferrari na temporada de 1977, mas não pude aceitar, pois também faço parte da equipe que constrói um novo Copersucar. Sei que para o povo brasileiro, que estava acostumado a ver o Emerson correr na frente, é difícil vê-lo  atrás, mas eu também fico frustado em andar entre os últimos colocados. Para correr entre os primeiros precisamos trabalhar mais, e sou importante no esquema da equipe.

Estamos construindo um carro novo, para estrear no Grande Prêmio da Espanha, e que deverá ser muito bom. Mas só mesmo depois da estréia é que saberemos se é mesmo bom, para não acontecer como o carro atual, que foi muito bem no Grande Prêmio do Brasil, mas depois começou a apresentar muitos defeitos.

O Maurice Phillip vai modificar o carro atual. A bitola dianteira será aumentada quase 10 centímetros e acredito que isso eliminará o problema do carro em curvas de alta velocidade. Também será instalado um sistema de ar comprimido para o motor de arranque, diminuindo sete quilos do peso do carro. Essas modificações serão testadas em dezembro no circuito de Paul Ricard. Se não derem certo, não poderemos voltar à geometria de suspensão antiga, pois o carro será inteiramente modificado.

Quanto ao carro novo, o Ricardo Divila e o David Baldwin estão construindo-o no Brasil, para iniciar os testes antes do Grande Prêmio da Espanha.