- Também Moss vai correr com um bólido vermelho ?
Nos "1000 Quilômetros de Montlhéry", os irmãos Pedro e Ricardo Rodriguez, recebendo o abraço de sua mãe.
1961 - Com a chegada do inverno a atividade automobilística na Europa se encontra no trabalho de bastidores, quer no que se relacione à preparação de novos bólidos, quer no que tange á contratação dos melhores pilotos para a formação das diversas equipes oficiais.
Até o momento o mais ativo nos dois setores tem sido Ferrari, que acaba de assegurar-se o concurso do jovem mexicano Ricardo Rodriguez e de outro novato o italiano Giancarlo Baghetti. Não se pode dizer, a bem da verdade, que Ferrari tenha encontrado dificuldade para engajar os dois pilotos, pois hoje em dia o sonho de qualquer volante é pertencer à equipe de Maranello.
Com Rodriguez e Baghetti, Ferrari pode agora contar em sua equipe com dois jovens que recentemente despertaram o interêsse de tôda a crítica especializada européia e especialmente a francesa, já que desenvolveram as suas atuações mais significativas na França; os irmãos Rodriguez nas "24 horas de Le Mans" e Baghetti no Grande Prêmio de Reims.
Para os dois jovens mexicanos se tratou, na direção de um Ferrari esporte pertencente a uma escuderia particular, de lutar em igualdade de condições com os bólidos oficiais da Casa e manter por longo tempo a primeira colocação, até que um desarranjo mecânico os obrigou a desistir, Baghetti por seu lado, estreitando em provas válidas para o Campeonato Mundial de Pilotos, levou seu Ferrari de Fórmula 1 à vitória superando uma série de adversários de alto gabarito e mantendo, na fase conclusiva, um apaixonante duelo com o norte-americano Dan Gurney e o sueco Joakim Bonnier, pilotos oficiais da Porsche.
Juntamente com êsses dois moços, que sonham com a definitiva consagração e que parecem ter meios para tanto, correrá para a Ferrari o atual campeão mundial Phil Hill. Hill, primeiro norte-americano a conquistar o título de campeão mundial (o que valeu à Ferrari uma valiosíssima propaganda no mercado estadunidense) será lògicamente o piloto-chefe da turma mas não será de estranhar se no decorrer da temporada fôr obrigado a ceder o papel principal a um de seus jovens companheiros.
Também no setor das provas na categoria esporte, que valeu novos triunfos à Ferrari com a conquista do Campeonato Mundial de Marcas, a equipe oficial se apresenta com grandes possibilidades de êxito, eis que aos pilotos de Fórmula 1 somará ainda o irmão maior de Ricardo, Pedro Rodriguez, e o belga Willy Mairesse, especialista das provas de longa distância, tendo em seu cartel notáveis vitórias internacionais.
Não se exclui, além disso, e se trataria de grande triunfo de Ferrari, que Stirling Moss, passe a correr, nas provas da categoria esporte, com um carro da Casa de Maranello. A êste respeito as notícias são ainda contraditórias, mas parece lógico que Moss tenha intenção de "aproximar-se" à Ferrari, após ter constatado, no decorrer de tôda temporada 1961, a inutilidade de seus esforços no sentido de dar combate aos pilotos que utilizavam os bólidos vermelhos. Apenas em Mônaco e Nurburgring, dois circuitos em que a habilidade do piloto tem valor prepoderante, Moss conseguiu colher a vitória, mas nos demais circuitos foi incapaz de sobrepujar os Ferrari, mesmo no de Aintree que êle conhece de sobejo