"Campeão Mundial pela terceira vez, o volante argentino Juan Manuel Fangio recebe a estrêla Mercedes de três pontas, com brilhantes, das mãos do Professor Nallinger, engenheiro-chefe da Daimler-Benz, pela sua notável atuação na temporada de 1955. Em 1956, Juan Manuel Fangio talvez corra para a Maserati"
1955 - Até o dia em que o argentino Fangio demonstrou ao mundo que se pode dirigir um carro de corrida com temeridade, arrôjo, prudência, ciência e arte ao mesmo tempo, sem por isso deixar de "sentir" a mecânica e saber dela exigir o possível, e nada mais, o nome de Tazio Nuvolari dominava o esporte automobilístico.
O autor destas linhas assistiu a várias corridas do campeoníssimo italiano. Vê-lo correr era um encantamento misturado com espanto. Fugia êle às regras básicas de direção em corridas de velocidade.
Entrava nas curvas de maneira errada e delas saía com rigorosa perfeição, também nelas entrava com rigorosa obediência às regras mas, no meio das mesmas, "inventava" uma saída de arrepiar os cabelos de quantos assistiam às suas acrobacias.
Sim, Nuvolari era um acrobata do volante, um ser excepcional, senhor de uma técnica própria baseada no conhecimento profundo, inato, do equilíbrio de um carro de corrida. Vencia pelo arrôjo, a coragem e a virtuosidade.
Quando hoje nos referimos a Juan Manuel Fangio, nêle encontramos tôdas as qualidades do primeiro (sem talvez a fúria acrobática), mas somos obrigados a reconhecer a sua superioridade pela frieza dos cálculos, a segurança de uma técnica sempre adaptada as mais variadas situações.
Fangio tem hoje 44 anos e, de 1951 para cá, levou à vitória, Alfa Romeos, Maseratis, Lancias e Mercedes.
Conquistou a vitória em quase tôdas as provas do mundo inteiro (exceptuando-se as Mil Milhas onde tirou o segundo lugar e as 24 Horas do Mans). Com tantos sucessos conseguiu com aparente facilidade, sagrar-se Campeão do Mundo pela terceira vez.