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A prova Namorados no Autódromo, em Curitiba, contou com a presença das principais equipes de corridas do País
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1969 - " Foi o melhor carro que já guiei em minha vida. Desde a segunda volta sabia que poderia ganhar, pois não precisei mais forçar a máquina"
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Foram estas as primeiras palavras do piloto paulista Marivaldo Fernandes, ao ser entrevistado logo após a sua tranquila vitória no Autódromo Governador Paulo Pimentel, em Curitiba, na prova Namorados no Autódromo, realizada no dia 6 de julho. Pilotando a Alfa 33 da Equipe Jolly, Marivaldo cobriu as oitenta voltas da competição em 1 hora, 27 minutos, 7 segundos e 7/10, com três voltas de vantagem sobre o segundo colocado, José Carlos Pace, que pilotou uma Alfa GTA 1600 da mesma equipe.
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Mais de 50 mil pessoas assistiram ao espetáculo organizado pela Federação Paranaense de Automobilismo e por Flávio Chagas Lima, diretor do autódromo. Além da prova principal houve ainda mais duas corridas, destinadas a estreantes e novatos.
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Quando, às 13 horas de sábado, foi aberta a pista para treinos, a maioria das equipes já estava presente. O primeiro carro a rodar foi a carretera Chevrolet de Camilo Cristófaro. Logo nas voltas iniciais, Camilo marcou tempos em redor de 1m6s e 1m7s, e na sexta volta registrou 1m2s3/10, mostrando o ótimo preparo da sua máquina. Causando também boa impressão, Bica Votnamis, com o seu protótipo Chevrolet-Corvette, equipado com nova carroçaria, registrou 1m4s5/10.
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Estes foram os melhores tempos obtidos durante o treino por carros equipados com motores V-8 importados. A carretera Ford de Angelo Cunha ficou com 1m7s, a Simca-Corvette de José Madrid com 1m12s e uma velha carretera Cadillac de Dalton Luis Savinsky não fez melhor que 1m22s. Dos três AC-Volkswagens inscritos para a prova, o mais rápido era o da Equipe Eugênio Martins, que, pilotado por Francisco Lameirão, marcou o surpreendente tempo de 1m2s7/10. Infelizmente, logo após estabelecer essa marca, Lamerão foi obrigado a parar, devido a um defeito nas válvulas, o que o impediu inclusive de participar da eliminatória.
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Wilson Fittipaldi , com o AC/Fittipaldi, registrou 1m,7s seguido por Fritz Jordan com 1m8s. O Puma nº88 de Porto Alegre, pilotado por Leonel Friederich obteve uma ótima marca 1m,13s, a melhor entre os carros pequenos. Breno Fornari com seu protótipo Regente, não conseguiu tempo melhor do que 1m,17s. Devido a um acidente com a carreta que transportava os carros, a Equipe Jolly não teve oportunidade de participar do treino, comparecendo somente à eliminatória.
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Depois de dar apenas sete voltas completas no circuito, Marivaldo Fernandes colocou a Alfa Romeo 33 na posição de honra do pelotão de largada, registrando o tempo de 59s9/10, recorde no circuito de Curitiba. Em segundo, Camilo Cristófaro a somente nove décimos de segundo da Alfa 33. O terceiro tempo foi conseguido por Bica Votnamis, que completou assim a primeira fila do pelotão de largada.
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Eduardo Celidônio desta vez teve a alegria de classificar o seu Snob's-Corvair na frente de dois AC/Volks, seus concorrentes mais diretos. Celidônio ocupou o melhor lugar na segunda fila da largada, seguido de José Carlos Pace com a Alfa Romeo GTA 1600cc da Jolly. A segunda Alfa GTA da Jolly, equipada pela primeira vez no Brasil com um motor 1300cc, ficou com o oitavo tempo, pilotada por Pedro Victor De Lamare.
Eduardo Celidônio desta vez teve a alegria de classificar o seu Snob's-Corvair na frente de dois AC/Volks, seus concorrentes mais diretos. Celidônio ocupou o melhor lugar na segunda fila da largada, seguido de José Carlos Pace com a Alfa Romeo GTA 1600cc da Jolly. A segunda Alfa GTA da Jolly, equipada pela primeira vez no Brasil com um motor 1300cc, ficou com o oitavo tempo, pilotada por Pedro Victor De Lamare.
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Dos três AC/Volks, somente dois participaram da eliminatória, o de Wilson Fittipaldi e o de Fritz Jordan. Obrigado a desmontar o motor e trocar uma válvula, Francisco "Chiquinho" Lameirão não fez a eliminatória, ficando portanto na última fila do pelotão. O paulista "Aguia" e o gaúcho Breno Fornari completaram a lista dos dez melhores tempos.
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A mais indicada para a vitória era, evidentemente, a Jolly, que levou para lá três carros: a nova e possante 33 e duas GTA. A 33, enquadrada ainda no grupo 6 da FIA, é um dos protótipos que foram usados na temporada passada pela equipe da Alfa Romeo italiana. Equipada com um motor V8 de 260 HP, injeção Lucas, double allumage, a 33 atualmente não tem competidor no Brasil, excetuando-se a Lola Chevrolet da equipe Paoli.
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Os dois outros carros da equipe estavam com motores diferentes. A GTA nº25 de José Carlos Pace tinha um motor 1600cc e a nº23 de Pedro Victor, equipada pela primeira vez no Brasil com motor 1300cc. As duas GTA estavam com pneus Firestone Indy.
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Outra competidora muito forte era a equipe Lôbo de Camilo Cristófaro. Favorecido pelas duas grandes retas do circuito, o possante motor V8 de 5300 cc equipado com quatro carburadores duplos Stromberg, deu a Camilo o segundo tempo na eliminatória.
Outra competidora muito forte era a equipe Lôbo de Camilo Cristófaro. Favorecido pelas duas grandes retas do circuito, o possante motor V8 de 5300 cc equipado com quatro carburadores duplos Stromberg, deu a Camilo o segundo tempo na eliminatória.
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Dos três protótipos AC, o mais rápido era o da equipe Eugênio Martins, pilotado por Chiquinho Lameirão. Estava equipado com motor 1900 cc alemão, modificado aqui por Roger Resny. Tinha dois carburadores Weber duplos 48 e rodas Scorro aro 13.
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Bica Votnamis foi a Curitiba com seu protótipo Corvette bastante modificado. Uma nova carroçaria, bem mais leve e aerodinâmica, além de pneus mais largos. O motor é um Corvette de 5,3 litros com três carburadores Holley duplos.
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Além da carretera de Cristófaro, vimos em Curitiba mais quatro carros desse tipo. O Regente de Breno Fornari, o Simca/Corvette de José Madrid, o Cadillac de Dalton Savinsky e o Ford de Ângelo Cunha; este, sem dúvida, o mais bem preparado de todos.
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Entre os carros de menor potência e desempenho, mostraram-se melhores os Pumas GT de "Aguia" equipe Kinko e Leonel Friederich e o Simca de Voltaire Castilhos .
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Exatamente as 15h30, o presidente da Federação Paranaense de Automobilismo deu a largada para os 22 carros alinhados em frente ás arquibancadas totalmente tomadas pelos torcedores.
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Aproveitando um ligeiro atraso de Marivaldo Fernandes, Camilo Cristofaro pulou na frente com sua carretera, seguido de Bica Votnamis e Eduardo Celidônio, os primeiros a tomar a grande curva da reta dos boxes. Mas atrás vinham os AC de Wilsinho Fittipaldi e Fritz Jordan, a GTA de Môco, a Alfa 33 de Marivaldo Fernandes e a GTA de Pedro Victor De Lamare.
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Ao ser completada a primeira volta, a Alfa Romeo 33 passava pela carretera de Camilo, iniciando a segunda, já cômodamente na liderança. Camilo Cristófaro em segundo, era seguido de perto por Bica, Pace, Celidônio, Fittipaldi, Jordan e De Lamare. Chiquinho Lameirão, que largara no último lugar, passou na primeira volta em 15º e na segunda já em oitavo.
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Mantendo um train de um segundo por volta, Marivaldo Fernandes, depois de completada a quinta volta, conseguia vantagem de aproximadamente dez segundos sobre Camilo, que continuava firme na vice liderança da prova. Em terceiro vinha Bica Votnamis, seguido de Lameirão, Pace e Celedônio, que por sua vez tinham já se distanciado de Jordan e Fittipaldi, respectivamente sétimo e oitavo colocados. Seis segundos atrás, De Lamare e Ângelo Cunha lutavam pela terceira colocação, e bem mais atrás um numeroso pelotão, liderado pelo Puma nº88 de Leonel Friederich.
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Nesse momento aconteceu o único acidente da corrida, quando o gaúcho José Madrid derrapou na curva depois dos boxes e saiu da pista, felizmente sem consequência alguma.
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Com vinte voltas percorridas, a Alfa 33 de Marivaldo continuava firme na liderança, mas seguida nessa altura pelo AC de Chiquinho Lameirão, que conseguira ultrapassar a carretera Chevrolet de Camilo Cristófaro, que era seguido por Votnamis e Pace. Em sexto lugar vinha Wilsinho Fittipaldi, livre da perseguição de Jordan, que já abandonara a prova, com o motor fundido. Em sétimo e oitavo, continuavam De Lamare e Angelo Cunha.
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Na metade da corrida (quadragésima volta), Marivaldo Fernandes já tinha colocado uma volta de vantagem sobre todos os outros concorrentes. Em segundo lugar estava Camilo, sempre seguido de Votnamis e Pace. O AC de Lameirão já fizera uma visita ao boxe, para verificação de um defeito na bóia de um dos carburadores, perdendo assim a ótima posição que conseguira no começo da prova. Em quinto lugar continuava o Snob's-Corvair de Celidônio.
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Nessa altura, Angelo Cunha conseguira passar pela Alfa GTA de De Lamare, mas este mantinha-se apenas dois segundo atrás. Wilsinho Fittipaldi, com problemas nas válvulas, fôra obrigado a uma parada no boxe, perdendo algumas colocações. Liderando o grupo dos carros mais fracos, vinha agora em oitavo lugar o Puma nº1 de "Águia".
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Faltando vinte voltas para o final, Marivaldo Fernandes continuava tranquilamente na ponta. Cinco voltas depois, Camilo parava na reta atrás dos boxes, com problemas no motor, passando Bica e Pace para o segundo e terceiro lugares. Cinco voltas antes do final, Bica Votnamis parou nos boxes para verificação de freios, perdendo apenas três minutos. Foi o suficiente para a GTA de José Carlos Pace conquistar o segundo lugar.
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Uma hora, 27 minutos, 7 segundos e 7/10 após a largada, Marivaldo Fernandes cruzava a linha de chegada emparelhado com as Alfas GTA da mesma equipe.
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Classificação Oficial
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- Marivaldo Fernandes / Alfa Romeo 33
- José Carlos Pace / Alfa Romeo GTA
- Bica Votnamis / Protótipo Corvette
- Eduardo Celidônio / Snob's Corvair
- Pedro Victor De Lamare / Alfa Romeo GTA
- Ângelo Cunha / Carretera Ford
- luís Aguiar / Puma GT
- Voltaire Castilhos / Simca
- Camilo Critófaro / Carretera Chevrolet
- Francisco Lameirão / AC Volkswagen
- Edson Viegas / Volkswagen 1600
- Wilsinho Fittipaldi / AC Fittipaldi
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