Eduardo Homem de Mello
O circo se arma em apenas 48 horas. Funcionários da prefeitura da cidade que sedia o evento utilizam 4.000 pneus e 3.000 metros de corda para delimitar o circuito. Pronto! Está montado o autódromo mambembe para mais uma etapa do Campeonato Paulista de Fórmula 200.
As corridas, que geralmente acontecem em circuitos de rua ou estacionamentos de shoppings, são eletrizantes. Realizada no traçado de 1.100 metros no pátio da Prefeitura de Sorocaba (SP), a quinta etapa atraiu um público de 4.000 pessoas.
Criada em 1989, a Fórmula 200 reúne trinta pilotos e seus carros lembram um pouco os Karts convencionais. A principal diferença está na carenagem envolvente dos Fórmulas, que recebem motor Agrale de 200 cm³, câmbio de seis marchas e pneus MG Sudan, fabricados especialmente para a categoria.
Este "carrinho" pode alcançar uma potência de 34 CV a 10.500 Rpm e velocidade máxima de 180 Km/h.
José Cohen
A Fórmula 200 adota um critério para definir a colocação da prova e outro para a pontuação do campeonato. Colocação da prova: O primeiro colocado de cada bateria não perde nenhum ponto. O segundo perde 2, o terceiro 3 e assim por diante. Quem perder menos pontos somando-se as duas baterias ganha a etapa. As etapas são divididas em duas baterias de vinte minutos cada.
Campeão de 1992, o paulista Eduardo Homem de Mello não reedita as boas apresentações neste ano. Até a quarta etapa, ocupava o oitavo lugar, com 13 pontos. "Só participei de três provas e ando meio azarado", afirma. Em Sorocaba Mello liderou boa parte das duas baterias, mas não chegou ao final de nenhuma. Na primeira, seu carro pifou a menos de 300 metros da chegada. Na segunda, abandonou na última volta.
Problemas à parte, o público se deliciou com o equilíbrio dos carros. Na terceira curva da primeira volta, houve um choque envolvendo a maioria dos pilotos.
Na confusão armada, José Cohen teve o eixo de seu carro entortado e abandonou a corrida. "Demorei o dia todo preparando o motor e, na hora agá, fiquei de fora", lamenta.
Depois de quinze minutos de paralisação, foi dada uma nova largada. O italiano Marcelo Hirsch venceu a etapa, mas a alegria do estreante durou pouco: seu carro foi reprovado na vistoria técnica, procedimento obrigatório para os seis primeiros colocados das etapas.
Segundo os organizadores, a taxa de compressão do motor estava 21 cm³. O mínimo permitido pelo regulamento, no entanto, é de 21,2 cm³. A vitória passou para Marcelo Marcondes.
Humberto Bonini
A Fórmula 200 vive hoje a expectativa de fazer uma prova-exibição inédita no Autódromo do Estoril, na véspera do Grande Prêmio de Fórmula 1.
O diretor da Internacional Promotion, organizadora dos GPs do Brasil, Hungria e Portugal, Tamas Rohonyi viabilizou a viagem da trupe mambembe para Portugal. "Lá, existe uma categoria parecida com a Fórmula 200". A idéia, então, é promover um intercâmbio entre os pilotos dos dois países", explica Rohonyi.