" Ralph Bellamy chega então à equipe carregado de fama, faz o F6: o projeto mais revolucionário, caro e inútil de todos "
Ao contratarmos o Ralph Bellamy o mundo inteiro aplaudiu a escolha. Então, quando ele chegou e pedimos que desenhasse um carro como o Lotus, ele replicou:
" Por que não projetar um carro dois anos à frente ?"
A idéia era ousada, e as perspectivas fantásticas. O problema descobriram depois, é que Bellamy era apenas um entre os muitos engenheiros da Lotus, todos trabalhando debaixo do olho clínico de Colin Chapman. Com o F6, Ralph Bellamy teve a responsabilidade total do projeto e, quando além de tudo tentou inovar, perdeu-se.
No F6, o projeto mais demorado e caro da equipe, foram gastos mais de um ano de trabalho e nada menos de 1 milhão de dólares. Sem preocupações e com modéstia, Ralph Bellamy diria essas palavras na apresentação do F6 :
" Fiz um carro para Emerson ser campeão do mundo "
No primeiro teste de pista (Autódromo de Interlagos, dezembro de 1978), entretanto, o castelo de cartas desmoronaria. Wilsinho lembra-se daquele dia como se fosse um verdadeiro pesadelo :
" Depois de vinte voltas na pista sem conseguir tempos razoáveis, retornamos à fábrica e fizemos um teste de torção no chassi: ele parecia uma banana amassada de tão mole ! "
" Tinhamos jogado tudo naquele carro, dando a Ralph Bellamy condições de trabalho que poucos projetistas do mundo tiveram, e o resultado era aquele. Pela primeira vez, então, depois de cinco anos, eu realmente tive vontade de fechar a fábrica e largar tudo "
Ralph Bellamy, no entanto, ainda acreditava no projeto e a equipe, às vésperas da temporada de 1979, não tinha mesmo outra opção senão tentar arrumar o carro. Enquanto isso, Emerson continuaria usando o velho e heróico F5A. O ambiente na equipe não podia ser pior, admite Wilsinho :
" Quando mandei Ralph Bellamy encostar o F6 até solucionar seus problemas, ele deu um murro na mesa e gritou : Vocês não entendem nada. Esse carro vai andar ".
Ao longo do ano, depois de várias tentativas infrutíferas, o revolucionário F6 continuava sendo mais lento até que o ultrapassado F5A.
Em maio, Wilsinho decidiu que o projeto tinha que ser abandonado, e que um novo carro deveria começar a ser desenhado para 1980. Orgulhoso, entretanto, Ralph Bellamy não reconhecia seu erro : queria mais seis meses para conserta o F6.
Wilsinho e Emerson negaram, e em agosto ele abandonaria a equipe.
Encostados, inúteis como velhos dinossauros, ficavam seis chassis completos do F6, mais um "caminhão" de peças. E de novo Giacomo Caliri e Luigi Marmiliori (que nunca puderam ser contratados como projetistas da equipe porque só trabalham como assessores, sem se prenderem a uma determinada equipe) foram chamados para tentar salvar o carro para o resto da temporada.
Ao fracasso do F6 somar-se-ia, no fim do ano, outro problema : Atalla fora destituído da presidência da Copersucar, e a cooperativa não renovaria o patrocínio da equipe. Era a crise mais séria, agravada pelo cansaço de Emerson : depois de quatro anos lutando contra seu próprio carro e não contra seus adversários, o ex-campeão mundial mostrava-se abatido e desanimado.
Até entao, Emerson mal dera ouvidos às propostas de outras equipes, que lhe acenavam com contratos milionários e carros como Ferrari, Ligier, Lotus, McLaren, Brabham, Williams. Carros que, ninguém duvidava, podiam de novo levá-lo ao título mundial.
A cada ano e a cada novo projeto, admite Emerson, minhas esperanças se renovavam. Mas com o F6 foi demais. Era muita desilusão ...
Depois do Grande Prêmio da Alemanha de 1979, Wilsinho se reuniria com Emerson e com o pai, e diria ao irmão :
" Você está livre para ir para outra equipe. Nós vamos continuar, mas você não precisa continuar preso à gente ... "
Pela primeira vez, confessa o velho Wilson, Emerson fraquejou.
Antes ele nem admitia essa hipótese, mas dessa vez ele ficou quinze dias pensando.
No final, Emerson decidiria continuar, virando as costas a propostas de 1 milhão de dólares da Lotus, Williams, Brabham, McLaren e Ligier.
Louco ?
Não :
Haviam começado as negociações para a compra da equipe WOLF, e de novo renasciam as esperanças de um carro competitivo para 1980.
" Quando mandei Ralph Bellamy encostar o F6 até solucionar seus problemas, ele deu um murro na mesa e gritou : Vocês não entendem nada. Esse carro vai andar ".
Ao longo do ano, depois de várias tentativas infrutíferas, o revolucionário F6 continuava sendo mais lento até que o ultrapassado F5A.
Em maio, Wilsinho decidiu que o projeto tinha que ser abandonado, e que um novo carro deveria começar a ser desenhado para 1980. Orgulhoso, entretanto, Ralph Bellamy não reconhecia seu erro : queria mais seis meses para conserta o F6.
Wilsinho e Emerson negaram, e em agosto ele abandonaria a equipe.
Encostados, inúteis como velhos dinossauros, ficavam seis chassis completos do F6, mais um "caminhão" de peças. E de novo Giacomo Caliri e Luigi Marmiliori (que nunca puderam ser contratados como projetistas da equipe porque só trabalham como assessores, sem se prenderem a uma determinada equipe) foram chamados para tentar salvar o carro para o resto da temporada.
Ao fracasso do F6 somar-se-ia, no fim do ano, outro problema : Atalla fora destituído da presidência da Copersucar, e a cooperativa não renovaria o patrocínio da equipe. Era a crise mais séria, agravada pelo cansaço de Emerson : depois de quatro anos lutando contra seu próprio carro e não contra seus adversários, o ex-campeão mundial mostrava-se abatido e desanimado.
Até entao, Emerson mal dera ouvidos às propostas de outras equipes, que lhe acenavam com contratos milionários e carros como Ferrari, Ligier, Lotus, McLaren, Brabham, Williams. Carros que, ninguém duvidava, podiam de novo levá-lo ao título mundial.
A cada ano e a cada novo projeto, admite Emerson, minhas esperanças se renovavam. Mas com o F6 foi demais. Era muita desilusão ...
Depois do Grande Prêmio da Alemanha de 1979, Wilsinho se reuniria com Emerson e com o pai, e diria ao irmão :
" Você está livre para ir para outra equipe. Nós vamos continuar, mas você não precisa continuar preso à gente ... "
Pela primeira vez, confessa o velho Wilson, Emerson fraquejou.
Antes ele nem admitia essa hipótese, mas dessa vez ele ficou quinze dias pensando.
No final, Emerson decidiria continuar, virando as costas a propostas de 1 milhão de dólares da Lotus, Williams, Brabham, McLaren e Ligier.
Louco ?
Não :
Haviam começado as negociações para a compra da equipe WOLF, e de novo renasciam as esperanças de um carro competitivo para 1980.