sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Gilles,


Amigo :

sei que você nunca ouviu falar em meu nome ou sequer sabia que eu existia. Afinal, você era de outro país e outra cultura. Mesmo assim, eu me considerava seu amigo, um grande amigo que torcia muito por você e se empolgava com suas ultrapassagens.

Você era o melhor do mundo e duvido que apareça outro com a garra, coragem e fibra que você possuía.

Gilles, onde quer que você esteja, quero que saibas que desde o início de sua carreira sempre fui seu fã. Agora, porém, tudo acabou. Aquele homem que eu julgava indestrutível acabou em uma curva de um circuito e é triste saber que você passou, que recebeu a bandeirada da vida, que a morte chegou à sua frente.

É triste saber que não mais assistirei às suas grandes exibições nos maiores autódromos do mundo. E mais triste ainda é saber que você morreu, que não pôde vencer essa corrida.

Sempre pensei que você fosse indestrutível, mas aquela curva no circuito de Zolder me provou o contrário. Todavia, tenho certeza de que um dia nos encontraremos e então seremos grandes amigos.

Sabe, Gilles, tudo pode ser esquecido com o tempo, mas não o seu estilo de pilotar. Pelo menos por aqueles que gostam de Fórmula 1. 

Bem, Gilles, esteja onde estiver, quero desejar-lhe muitas, mas muitas mesmo, felicidades e que estejas com os louros ao redor do pescoço. Não aqueles louros efêmeros, mas os da vida eterna, da paz infinita. Adeus, Gilles Villeneuve, grande campeão.

Paulo Roberto Tavares,
Porto Alegre RS, 1982