sábado, 26 de julho de 2014

SINAL VERDE PARA FRITZ D'OREY :

É assunto para cronistas ingleses...



1959 - Desde a participação de Francisco Landi em provas realizadas no velho continente, nenhum nome brasileiro mereceu a atenção por parte da crônica especializada inglêsa. Na ocasião, Chico Landi destacou-se em renhido duelo com José Froilan Gonzales.

Decorridos alguns anos, a revista inglêsa "The Motor" volta a se ocupar com um ás brasileiro, Fritz D'Orey, e o faz de certa maneira elogiosa, como aliás o tem feito todos que aqui conhecem o seu desempenho e a sua fibra ao volante de um carro.

Por coincidência, Gonzales figura também no noticiário, cujo texto é o seguinte: " Como uma espécie de paliativo para os entusiastas locais (os sul-americanos), que perderam sua temporada internacional, um torneio triangular está sendo levado a efeito na América do Sul, com provas em Montevidéu a 11 de janeiro, e em Buenos Aires a 18 de janeiro, e uma que foi realizada recentemente em Interlagos, no Brasil. Parece que a sensação de Interlagos foi Fritz D'Orey, um jovem volante brasileiro, na direção de um carro de construção local equipado com motor Chevrolet Corvette, denominado Desidério Especial. D'Orey obteve a volta mais rápida dos treinos, derrotando a ligeira Ferrari Corvette de José Froilan Gonzales, por quase 5 segundos (não conhecido o comprimento do circuito) . Êle liderou a corrida, também, até que um furo de pneu roubou-lhe preciosos minutos e a liderança; de fato êle baixou para o quarto lugar, e uma vez retornando à prova, fêz a volta mais rápida ".

Para o cronista em questão, Peter Garnier, a performance de D'Orey deve ter alguma significação, mesmo à distância, atentando-se para o final da nota que diz: "É uma pena que Gonzales, o "Touro dos Pampas", que se tornou uma figura nas corridas européias, se confine, atualmente, aos eventos locais dessa natureza (não de âmbito internacional); seu nome continua em evidência nas notícias vindas da América do Sul".

O jovem Fritz D'Orey tem realmente grande valor e, quem sabe?, um grande futuro à sua frente no automobilismo. A restrição unicamente é feita no tocante às suas atuações fora da pista, como muito recentemente dadas a conhecimento público e comentadas. A primeira, segundo consta, um ato de descortesia para com seus hospedeiros argentinos e colegas brasileiros. A segunda, refere-se a perspectiva de uma possível participação em provas internacionais, com as côres da Argentina, o que lhe comunicou um ar muito elevado.

Quanto à primeira, lembramos a D'Orey a experiência de Fangio, que diz ser o sucesso no automobilismo de competição, uma grande conseqüência da amizade dos colegas, adversários e mecânicos; quando a segunda, D'Orey deve saber que posição lhe caberá na Escuderia Argentina e, principalmente, que carros Maserati não mais ganham corridas por estarem ultrapassados no continente europeu e com a fabricação praticamente paralisada.

Como para a juventude o sinal está sempre aberto, a impetuosidade não é censurável; na volta seguinte, as curvas que constituem as relações humanas, serão feitas de modo mais suave e simpatias cobrirão o mais jovem "ás" brasileiro.