quarta-feira, 6 de julho de 2016

JULY 5, 1969 HYDE PARK, LONDON



1969 - A quarenta e sete anos atrás no dia 5 de julho acontecia o histórico concerto no Hyde Park dos Rolling Stones. Não tenho conhecimento se saiu alguma coisa oficial desse show. Comprei esse LP pirata décadas atrás, era o único registro sonoro que tinha desse concerto. Mais tarde quando apareceu o VHS consegui uma cópia do show em vídeo, não sabia que o concerto tinha sido gravado.


Mick Taylor é anunciado como o novo guitarrista dos Stones, para a sua apresentação programam um show para o dia 5 de julho, no Hyde Park, com entrada livre.

Durante os preparativos para o concerto no Hyde Park, Mick Jagger estava particularmente excitado, pois era o primeiro show deles em dois anos e também o primeiro sem Brian.

Resolve, então, convidar o ex-guitarrista para aparecer no palco e dar boa-sorte a Mick Taylor e mostrar que estava bem de saúde, ao contrário dos rumores que corriam.

Apesar da aparente boa intenção, Jagger queria, na realidade, mostrar que agora sem a sombra de Brian era ele, de uma vez por todas, quem comandava as ações nos Stones.


Dois dias depois Brian Jones estava morto. Na mesma noite Charlie Watts sugere que o concerto seja cancelado, mas depois muda de idéia e diz que seria uma oportunidade para fazê-lo em memória de Brian.

No dia 5 de julho, sábado, mais de trezentas mil pessoas se acotovelam no Hyde Park sob um forte cheiro de patchuli para ver os Rolling Stones. Antes deles tocam o Third Ear Band, Screw, Battered Ornaments, o imortal Family e um grupo que fazia sua estréia, por sinal, bastante elogiada pelos críticos, surpresos com aquela música nova, o King Crimson. Na platéia muita gente importante foi conferir o show dos Stones, entre eles o beatle Paul McCartney, que aparece nos créditos finais do video.




Mick Jagger entra no palco vestido de branco e recita um poema de "Shelley", Adonais.

"Paz, Paz!
Ele não esta morto, Ele não dormiu, Ele acordou do sonho da vida

Somos nos que estamos perdidos em visões tormentosas e mantemos nossos fantamas numa luta improficua, num transe enlouquecido batalhamos com a lamina afiada do espirito um nada vulneravel

Nos decaimos como cadaveres no ossario a dor é do que somos compostos e consumidos no dia a dia e as covardes esperanças sufocam como vermes dentro da nossa argila viva

Assim alguém permanece e os muitos mudam e passam

Os céus brilham como a eternidade, sombras da terra voam, a vida como um domo de vidro multicolorido mancha o branco radiante da eternidade até que a morte o torne fragmento, morra e se estiver com aquilo que procura siga-o para onde tudo cessou".

SHELLEY, in memory of Brian Jones





Pouco depois soltam centenas de borboletas brancas, e surgem os primeiros acordes de "Jumpin Jack Flash".




Brian Jones foi enterrado no dia 10 de julho em sua cidade, Cheltenham e o sarcedote que realizou a cerimônia leu o epitáfio: "Não me julgue tão severamente".


"Existem certas pessoas que você sabe que não vão envelhecer. Havia um amigo meu e de Brian, chamado Tara Browne (herdeiro da Guinness) que morreu há cerca de três anos e naquela época eu disse a Brian e ele concordou comigo, que ele não chegaria aos trinta. Eu sei, ele disse".

Keith Richards