terça-feira, 24 de janeiro de 2017

LIFESTYLE ... MUST HAVES



Amigos, em 22 de janeiro de 1977, a exatos 40 anos atrás, o Brasil perdia uma de suas  maiores cantoras; Maysa Figueira Monjardim Matarazzo sofreu um acidente fatal de carro na ponte Rio-Nitéroi quando retornava para sua casa em Maricá.

Para quem quiser conhecer um pouco da vida dessa extraordinária mulher, o blogueiro recomenda o excelente livro "Maysa, Só numa multidão de amores" de Lira Neto. O livro com prefácio de Ruy Castro é primoroso, Lira Neto fez uma grande pesquisa e com a ajuda dos diários de Maysa escreveu um livro gostoso de ler. 

Abaixo, um trecho do livro onde ele conta o namorico de Maysa com Ciro Cayres:

..."Aos quinze anos, Maysa sabia do fascínio que exercia nos rapazes quando puxava o violão e entoava, com a voz já singular, alguma balada romântica. Isso, para infelicidade própria, Leda Demasi logo constataria.

Ela e Maysa disputavam as atenções de um jovem vizinho de bairro, Ciro Cayres, que viria a ser piloto de corrida de automóveis e, nessa época, menor de idade, dirigia sem carteira de motorista. Quando Ciro apontava na rua em seu carango envenenado e com a descarga alterada, todos os brotinhos suspiravam fundo.

Leda havia organizado com algumas amigas o Candy Club, um clubinho informal que promovia reuniões semanais e pelo menos uma festa por mês, ao som de vitrola, regada a Coca-Cola, na casa de uma das integrantes do grupo. Quando soube que Ciro Cayres adorava a canção "Sentimental Journey", um grande sucesso norte-americano dos anos 40 na voz da bela e sardenta Doris Day. Maysa não teve dúvida. Na primeira oportunidade que teve, dedilhou diante dele as cordas do violão e começou a cantar imitando Doris Day:

Gonna take a sentimental journey
Gonna set my heart at case
Gonna make a sentimental journey
To renew old memories...

Foi tiro e queda. O rapaz ficou tão impressionado que dali a alguns meses fazia o papel de noivo, e Maysa, o de noiva, em uma festança de São João realizada na casa de Maria Isabel Viana, uma das moças filiadas ao Candy Club.

Vestida a caráter, de véu e grinalda, com um dente incisivo pintado de preto, Maysa dançou a quadrilha de braços dados com Ciro Cayres, que envergava um paletó de bolsos remendados e chapéu de palha. Leda Demasi, prevista originalmente para ser o par de Ciro na festa caipira, nunca perdoou a mãe que, supersticiosa, não quis ver a filha vestida de noiva antes da hora, com medo de que isso desse azar e ela não conseguisse arranjar marido no futuro ..."