segunda-feira, 3 de abril de 2017

4 HORAS DO TARUMÃ



1976 - As confusões que marcaram a Quatro Horas do Tarumã começaram com o estranho horário estabelecido pelo Automóvel Clube do RS para a realização da prova, das três da madrugada às sete da manhã de domingo e prosseguiram com a notícia de última hora de que o Passat TS, com motor 1600, já alcançava a casa dos cinco mil veículos produzidos, estando portanto em condições de participar de competições automobilísticas.

Essa notícia, já divulgada no Rio e em São Paulo, só havia chegado ao Rio Grande do Sul na noite de quinta-feira. Por isso a última prova do Campeonato Brasileiro de Grupo 1, para classes A e C, começou com muitos protestos e carros preparados apressadamente.

Dodge Polara de Fabio Sotto Mayor / João Batista Aguiar



Na classe C, esperava-se a vitória de algum dos quatro Maverick da equipe Finasa-Mercantil-Motorcraft, preparados por Luis Antonio Greco. Ainda mais que um deles, o pilotado por Bob Sharp, já era campeão brasileiro por antecipação. Mas o paranaense Edson Graczick, com Opala, conseguiu a pole position e deixou claro, desde a primeira volta, que estava em sua grande noite.

Em nenhuma das 161 voltas deixou de perder a primeira posição, aumentando sempre a diferença que o separava do segundo colocado. Quando passou a direção para Carlos Eduardo Andrade, o desempenho do Opala continuou o mesmo, com velocidade média de 121,223 Km/h.

Vitória de Edson Graczick



O boxe da equipe Mercantil - Finasa enquanto isso, era o mais agitado. O nervoso Greco não cansava de reclamar dos pneus CN 36 da Pirelli. Efetivamente, os quatro carros da equipe tinham que parar de hora em hora para trocar o jogo de pneus, sendo que o Maverick 21, de Claudio Mueller e Eduardo Celidônio, chegou a parar oito vezes.

A vitória do Passat TS dos gaúchos Carlos Alberto Petry e Aroldo Bauermann foi um exemplo das confusões que marcaram a classe A, antes mesmo da largada da prova. Com o atraso na divulgação da homologação do TS, os gaúchos foram obrigados a preparar seus carros entre sexta-feira e sábado, colocando motores e outros equipamentos obrigatórios do Passat TS nos modelos 1500.

De qualquer forma, a prova serviu para confirmar a superioridade do TS sobre os Dodge Polara, até então vencedores quase absolutos das provas de Grupo 1, em sua classe.

Maverick de Dornelles desvia de um Opala



O melhor Polara de número 13, teve na tranquilidade sua principal característica. Os paulistas Fabio Sotto Mayor/João Batista Aguiar largaram na terceira colocação e mantiveram essa posição até o final da prova, o que já lhes bastava para garantir o primeiro lugar no Campeonato. 


Passat TS de Carlos Alberto Petry/Aroldo Bauermann



Com esse Polara já classificado e os outros cinco afastados pelos TS, a briga ficou entre os novos modelos Volkswagen, com destaque para o de Átila Sipos. Contudo, seu co-piloto Helio de Azevedo com duas grandes paradas no boxe e um desempenho irregular, perdeu a primeira posição para Aroldo Bauermann. Outro destaque da classe A foram os gaúchos Aiser Hehn e Antonio Luft que embora com um Passat de 1500cc chegaram ao fim em quinto.