quinta-feira, 8 de junho de 2017

CANADÁ: ESTRÉIA NA BRABHAM

Estréia de Piquet no Canadá


1978 - Em uma temporada apenas, treze vitórias e um título de Campeão na Fórmula 3, a estréia na Fórmula 1 e, apenas quatro provas depois, a contratação pela Brabham, uma das três maiores equipes que disputam o Campeonato Mundial de Pilotos: para Nelson Piquet, o ano de 1978 não poderia ter sido melhor.

Quando saiu do Brasil rumo à Europa, em 1977, ele certamente sonhava com isso, embora, certamente, não com tanta rapidez. A meio caminho da temporada de Formula 3, por exemplo, Piquet começava a preocupar-se com os planos de sua equipe de Formula 2 para 1979 e com a difícil perspectiva de conseguir as nada menos que 125.000 libras necessárias ao custeio da temporada. A Formula 1, em seus planos, deveria ser atingida em 1980.

Em julho, entretanto, tudo se precipitou. Convidado pela equipe BS para testar o McLaren M23 pertencente a Brett Lunger, Piquet aceitou e, em poucas voltas, ficou a menos de 1 segundo do tempo marcado, no mesmo dia, pelo piloto oficial da McLaren, Patrick Tambay.

No GP da Alemanha ele já estreava oficialmente na Formula 1, e quatro provas depois tornava-se um nome disputado nas sigilosas negociações dos bastidores da Formula 1. A  Surtees, a ATS e a BS queriam contratá-lo como primeiro piloto, mas ele protelou sua decisão até que se decidisse o grande negócio com Bernie Ecclestone e a Brabham.

Para a assinatura do contrato (de três anos), foi fundamental o interesse da Parmalat, multinacional de laticínios, patrocinadora da Brabham e que viu em Piquet um bom veículo publicitário para seus produtos recém-lançados no Brasil. E seu talento: o interesse da Parmalat apenas somou-se ao de Bernie Ecclestone, dono da equipe, que vinha observando Nelson há tempos e pensava em tê-lo na equipe.

Estreando na equipe sob as mais difíceis condições, debaixo da chuva que alagava o estreito e sinuoso circuito de Montreal, no Canadá, Piquet mostrou-se seguro e competente como sempre e obteve um 11º lugar excelente mesmo se não fossem levados em conta os detalhes de que seu carro tinha a segunda e a quarta marchas quebradas e o escapamento rompido.

Em 1979, já habituado ao carro e mais experiente, Piquet terá ainda a oportunidade de aprender muito com Niki Lauda, reconhecidamente um dos melhores pilotos e acertadores de carros da Formula 1. Será, para ele, um ano decisivo, onde terá de provar, ainda, que é possível sair-se bem na Formula 1 sem a importante escola da Formula 2.