sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

MILLE MIGLIA





1956 - Sob chuva incessante, por vêzes torrencial, sobre uma estrada escorregadia, foi disputa a 29 de abril último, a prova das "Mil Milhas", saindo vencedor o volante italiano Eugênio Castellotti, pilotando um carro Ferrari e cobrindo os 1.597 Km em 11 horas 37 minutos e 10 segundos, numa velocidade média de 137,442 Km.

O tempo de Castellotti foi, assim, muito inferior ao recorde da prova estabelecido no ano passado pelo inglês Stirling Moss, num carro Mercedes Benz, com o tempo de 10 horas 7 minutos e 48 segundos.

O triunfo do italiano, no entanto, foi notável, porque ocorreu em condições bastante piores do que as enfrentadas pelo seu colega britânico. 

Perto de 400 carros italianos, alemães, franceses e ingleses, divididos em nove classes, tomaram parte nas "Mil Milhas", que é uma das corridas mais severas do mundo inteiro.

O mesmo mau tempo terá sido responsável por diversos acidentes, em que 6 pessoas perderam a vida e 15 ficaram feridas.

Entre os volantes mortos figuram o alemão Wolfgang Piwko, o inglês J. Health e o suíço Max Berney.

O acidente mais grave foi provocado pelo corredor italiano Antonio Giacobi, que provocou a morte de dois espectadores e feriu cinco outros. Ele mesmo escapou ileso.

O tri-campeão argentino Juan Manuel Fangio, que êste ano corre para a Ferrari, não está sendo bem sucedido. Chegou em 4º lugar.

Foi a seguinte a classificação oficial:

1º Eugênio Castellotti, Itália, Ferrari
2º Peter Collins, Grã Bretanha, Ferrari
3º Luigi Musso, Itália, Ferrari
4º Juan Manuel Fangio, Argentina, Ferrari
5º Olivier Gendebien, Bélgica, Ferrari


Em vista do balanço dos desastres, o deputado socialista Fernando Santi, pediu ao govêrno a supressão da corrida das "Mil Milhas", que êle qualificou de "homicídio coletivo". E justificando:

"O poderio dos modernos automóveis e a deficiência das estradas, fazem com que a corrida das "Mil Milhas" se revista de um grau de periculosidade tal que não deve deixar indiferentes as autoridades públicas".

Idêntico apêlo foi feito no ano passado, quando mais de oitenta pessoas perderam a vida na catástrofe de Le Mans, na França.