sábado, 24 de março de 2018

BASTIDORES




Pela primeira vez desde 1969, o Brasil não terá um piloto no grid da F1. Mas o país não ficará sem representantes na categoria. Dois brasileiros vão atuar nos bastidores: os engenheiros mecânicos Ricardo Penteado e Marcos Lameirão.

Nascido em Teresópolis, Penteado é funcionário da Renault, tem 41 anos e soma mais GPs do que Emerson Fittipaldi e Ayrton Senna. Foram 185 corridas em que esteve nas pistas checando e avaliando motores.

Ele ocupa a função de track-side operations manager. Ele é o chefe de operações de pista. "É uma rotina complicada e estressante, apaixonante e com centenas de coisas para cuidar ao mesmo tempo", diz Penteado, que mora na cidade francesa de Thonon, próximo a Viry-Chatillon, onde fica a fábrica da Renault. Neste ano será reponsável pelos motores que abastecem a própria equipe francesa, a McLaren e a Red Bull. "Cuido também de baterias e ferramentas e coordeno a logística de tudo isso com a fábrica".

O Brasil também tem nas coxias Marcos Lameirão, filho do ex-piloto Chiquinho Lameirão, que se destacou nas décadas de 60 e 70.

Marcos, 43 anos, seguiu o caminho dos bastidores. Formou-se engenheiro mecânico e se arriscou na Inglaterra ao responder um anúncio da Force India na prestigiada revista Autosport. A aposta deu certo e o paulistano virou desenhista sênior, atuando no departamento de aerodinâmica da equipe, considerada uma das medianas da F1.

"Desenhamos tudo o que está em contato com o ar no carro", contou o engenheiro. "O que faço está mais restrito à fábrica porque o departamento de aerodinâmica está sempre trabalhando no passo seguinte do carro. Por isso não vou às corridas. Hoje lido mais com computadores do que com a graxa".