1975 - Clay corre há dez anos. Atravessou a era em que se corria tanto por prazer quanto por profissão, e chegou à atual: a época dos especialistas, da alta tecnologia.
E ele não é desse tipo: ainda corre muito mais por prazer do que pela glória e pelo dinheiro, e preferiria rodar o tempo todo durante os treinos, do que parar constantemente nos boxes para testar as milhares de combinações diferentes de acerto do carro.
Paradoxalmente, talvez seja exatamente essa fraqueza, recriminável, é preciso que se diga, que faz com que Rega tenha, aos olhos de seus fãs, uma dimensão muito mais humana e calorosa que seus adversários.
No início da temporada passada, Clay Regazzoni estava longe de ser considerado o favorito.
Mesmo o excelente trunfo representado pelas velozes Ferrari, pensava-se que seria melhor aproveitado pelo jovem Lauda.
Quando o ano terminou, entretanto, Clay estava apenas quatro pontos atrás de Emerson, e quase se tornara campeão.
Se tivesse conquistado o título, ele acha, isso teria sido uma surpresa para todo mundo. Menos para seus compatriotas suiços, que tem nele uma "fé imensa".
Vivendo em Lugano, num enorme apartamento do último andar, com sua mulher e seus filhos Alicia (oito anos) e Jean-Marie (sete anos), Clay trabalha na oficina mecânica da família, que seu irmão dirige atualmente, sempre que não está nas pistas correndo e treinando.
E ele não é desse tipo: ainda corre muito mais por prazer do que pela glória e pelo dinheiro, e preferiria rodar o tempo todo durante os treinos, do que parar constantemente nos boxes para testar as milhares de combinações diferentes de acerto do carro.
Paradoxalmente, talvez seja exatamente essa fraqueza, recriminável, é preciso que se diga, que faz com que Rega tenha, aos olhos de seus fãs, uma dimensão muito mais humana e calorosa que seus adversários.
No início da temporada passada, Clay Regazzoni estava longe de ser considerado o favorito.
Mesmo o excelente trunfo representado pelas velozes Ferrari, pensava-se que seria melhor aproveitado pelo jovem Lauda.
Quando o ano terminou, entretanto, Clay estava apenas quatro pontos atrás de Emerson, e quase se tornara campeão.
Se tivesse conquistado o título, ele acha, isso teria sido uma surpresa para todo mundo. Menos para seus compatriotas suiços, que tem nele uma "fé imensa".
Vivendo em Lugano, num enorme apartamento do último andar, com sua mulher e seus filhos Alicia (oito anos) e Jean-Marie (sete anos), Clay trabalha na oficina mecânica da família, que seu irmão dirige atualmente, sempre que não está nas pistas correndo e treinando.
À noite, dá uma passada em seu pub que se chama "Clay's Pub Formula 1". O bar tem um gerente, é claro, mas é ali que ele gosta de reencontrar seus amigos.
Clay Regazzoni, fiel a seu espírito de "velha geração", prefere os circuitos de estrada, como Nurburgring.
Gosta também de Zandvoort e Brands Hatch, e não aprecia o que chama de "traçados artificiais", como o do ultra-seguro autódromo de Paul Ricard.
Não gosta de provas de resistência, disputadas em parceria: "Um carro de corrida é algo pessoal"...
Mas gostaria de correr uma prova 24 Horas de Le Mans.
Prefere os Formula 1 a qualquer outro carro, mas tem vontade de disputar uma 500 Milhas de Indianápolis: "Já tive propostas, mas estava ligado à Ferrari e o Comendador Ferrari não gosta que seus pilotos dirijam para outros. Além disso, há a coincidência de datas com o Grande Prêmio de Monaco".
Com as qualidades e defeitos dos campeões da geração passada, Regazzoni às vezes se sente mal-colocado no atual espírito das corridas:
"Elas mudaram muito, e talvez eu ainda corra como se fazia há dez anos, mais amadoristicamente do que deveria. É preciso trabalhar muito, e me dei conta disso no ano passado, vendo o Niki Lauda.
Ele trabalha com os pneus sem parar. Procura, procura, e realmente encontra vantagens. Hoje é preciso ser como ele, o que é muito difícil para mim.
Eu gosto de dirigir, e não gosto desse lado aborrecido da profissão. Mas hoje, quem quiser vencer tem que fazer isso, conhecer todos os problemas técnicos".
Mas Clay diz compensar isso com uma qualidade: sua personalidade tranquila. Uma calma real e não fingida, que faz com que ele se recupere muito bem após os acidentes.
Fiel ao seu tempo e seu estilo, ele cita Stirling Moss como um dos primeiros pilotos que admirou. No tempo de Fangio ele seguia pouco as corridas.
Depois veio Rindt e Stewart, que foi o primeiro que compreendeu a nova maneira de ser profissional e soube se adaptar.
Dos atuais, considera Ronnie Peterson o mais veloz, repetindo uma opinião comum a todo o meio automobilístico.
"Peterson é naturalmente rápido, graças ao seu talento. Niki, por exemplo, é também veloz, mas tem que trabalhar muito pois é menos dotado.
Gosto também de Reutemann.
Jacky Ickx corre sempre rápido, mas jamais gostou de trabalhar e não vai mudar sua maneira de ser. Apesar de sua classe, não vai conseguir resultados se não trabalhar.
E existe, é claro, Fittipaldi ".
"Peterson é naturalmente rápido, graças ao seu talento. Niki, por exemplo, é também veloz, mas tem que trabalhar muito pois é menos dotado.
Gosto também de Reutemann.
Jacky Ickx corre sempre rápido, mas jamais gostou de trabalhar e não vai mudar sua maneira de ser. Apesar de sua classe, não vai conseguir resultados se não trabalhar.
E existe, é claro, Fittipaldi ".
Retirar-se das pistas ?
O segundo mais antigo piloto de Formula 1 não pensa nisso, ainda:
"Eu gosto de correr. Gosto do ambiente das corridas, e fisicamente ainda me sinto em boa forma, não preciso me esforçar para manter o meu ritmo, o que seria sinal sério. A única coisa que me incomoda um pouco é o rumo que toma a Formula 1, cada vez mais excessivamente profissional."
"Mas eu não fiz qualquer projeto para o dia que abandonar as pistas. Não gosto de fazer projetos. Mas acho que muito provavelmente irei viajar. Atualmente viajamos muito, mas não vemos nada.
Particularmente, gostaria de fazer alguns safaris. Me sinto muito bem em contato com a natureza.
Comecei a aprender a pilotar aviões há alguns anos, mas parei por falta de tempo. Retomarei as aulas, mas o que mais me interessa mesmo são os planadores.
Sozinho nas alturas, tranqüilo ..."