Boa noite pessoal,
Tenho lido uns comentários sobre os títulos do Senna e Piquet ...e o Brasil que não fabrica mais campeões etc ...
A minha opinião sobre isso é a seguinte:
Eu acho que isso não tem nada a ver com automobilismo regional fraco.
Mesmo que o país tivesse um automobilismo forte e competitivo não mudaria em nada a "seca" de títulos da F1.
Para o moleque que quer chegar na F1 é perda de tempo e dinheiro correr no Brasil.
É melhor ele começar no kart lá fora e seguir no automobilismo correndo na Europa.
Claro que é importante a gente ter um automobilismo regional forte, mas isso é bom internamente. Para quem quer seguir carreira internacional não ajudaria em nada.
Vamos imaginar uma categoria Formula qualquer forte no país ...isso seria bom para o desenvolvimento do automobilismo interno...para quem quer seguir carreira seria melhor gastar esse dinheiro correndo na Europa.
Automobilismo é um esporte que "exige muito dinheiro". Mesmo para correr numa categoria de "base" a conta é alta.
Por exemplo, não faria sentido o piloto que saiu do Kart, gastar dinheiro fazendo uma temporada de F Renault (exemplo) no Brasil, para no ano seguinte ir correr de F Renault na Europa. É melhor correr lá e já ir conhecendo o "ambiente" profissional europeu onde ele iria dar continuidade à sua carreira.
Eu critiquei muito o Pedrinho Piquet por correr de F3 aqui no Brasil. Na minha opinião foi perda de tempo e dinheiro. Seria mais interessante ele ter corrido em uma Formula qualquer lá na Europa.
Os norte americanos tem um automobilismo interno muito forte e profissional, mas quando um piloto americano quer seguir carreira na F1 vai direto correr na Europa...
Na década de 80 o automobilismo interno inglês era o mais competitivo do mundo. Pilotos de todas as nacionalidades iam correr lá para tentar chegar à F1.
Se automobilismo interno forte fabricasse campeões, os ingleses reinariam nessa década; mas só tiveram o Hunt que foi campeão em 76 e o Mansell muito tempo depois em 1992.
Por isso não vejo nenhuma relação entre "automobilismo regional profissional" e "forja de campeões" ...
O problema principal hoje em dia, é que para chegar na F1 é preciso 1 "caminhão de dinheiro" !
Tem outro problema:
O Lito Cavalcanti publicou no twitter dele um comentário sobre a RED BULL academia ter 8 pilotos dela no grid ...
ele escreveu o seguinte: ..."Isso comprova a importância da academia da Red Bull ou precisa mais?"....
Eu não concordo com isso.
Acho que a questão certa é a seguinte ..."Quantos pilotos que não são de academias estão grid?" ...
resposta: NENHUM !!!!!!!!!!!
Esse é o problema atual da F1 ...
já não basta ter uma "mala de dinheiro" para chegar à F1.... se um piloto não tiver um "vínculo" com alguma "academia" não corre na F1 !!!!!!
Ter talento e dinheiro não são suficiente ...é preciso ser "apadrinhado" de um Toto Wolff, Binotto ou Hemult Marko !!!!
O piloto pode ser um "talento nato" mas se não tiver uma chance na F1 não pode mostrar o seu potencial. Quem decide o seu destino agora é o "dono" da academia ....
Pascal Wehrlein foi prejudicado pela "academia" e Ocon quase teve o mesmo destino por estar "preso" a uma academia ...
Nyck de Vries até hoje não teve uma chance na F1 por ser piloto da academia Mercedes, apesar de vencer o Campeonato da F2 em 2019. Perdeu 2 anos produtivos (2020/21) de sua carreira no "limbo" ....
Na minha opinião esse negócio de academia é só "um negócio" ...
Jean Alesi que o diga !
Vendeu uma F40 para colocar o filho na "academia Ferrari" ... e a carreira do garoto acabou ali.