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Em 1978, o então Ministro dos Transportes, general Dirceu Nogueira, foi ao Japão conhecer o trem-bala, que liga Tóquio a Osaka a mais de 200 Km/h. O general Nogueira deixou o Ministério pregando a imediata compra do trem japonês, "sob pena de se agravar mais o problema do transporte entre Rio de Janeiro e São Paulo".
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"Mas o TALAV não serve para essa ligação?" - perguntaram os técnicos, o protótipo do Trem Aerodinâmico de Alta Velocidade (TALAV), projetado na Faculdade de Engenharia Industrial (FEI) de São Bernardo do Campo, São Paulo. O TALAV foi construído com tecnologia inteiramente nacional por uma equipe de professores e alunos da FEI por encomenda do próprio governo. O protótipo era de um trem movido a turbina, sobre um colchão de ar, que podia correr a 200 Km/h.
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O TALAV foi um projeto muito polêmico. Na época, foi acusado de ser muito caro e de concorrer com o metrô, mas em desigualdade: o protótipo feito pela FEI transportava vinte passageiros e era indicado para ligar o aeroporto ao centro de São Paulo. Uma utilização, reconheciam os técnicos, no mínimo inadequada para um trem tão caro, mas que talvez pudesse ser melhorada, com uma reformulação do projeto. Rigoberto Soler foi o engenheiro que dirigiu a construção do TALAV, um trem que ficou parado.
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