Uns foram de avião e outros seguiram por estrada. De qualquer modo, foi encetada uma espécie de migração e o destino de todos era um só: o "IV Circuito da Barra" , que ia ser realizado em Salvador . Uma prova que era disputada sob o patrocínio do Automóvel Clube local com auxílio do Departamento de Turismo da Bahia.
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Na prova disputada em dezembro de 1961, Marinho César Camargo depois de um ligeiro treino num sábado a tarde, entrou na pista com apetite de domingo pela manhã. Seu carro era aquele mesmo DKW número 10, que havia disputado as Mil Milhas. Concorreriam também os pilotos Ciro Caires e José Otaviano Curi, o primeiro com um Simca número 44 e o último com um Volkswagen com motor Porsche e de número 42.
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Na largada Marinho César Camargo pulou na ponta com seu DKW, e já na primeira volta botava 2 segundos de diferença sobre Ciro Caires e 5 segundos sobre Otaviano Curi. Daí em diante, até a 50ª volta, foi ampliando esta diferença para vencer com 45 segundos de vantangem sobre Ciro Caires e pouco mais sobre José Otaviano Curi. O melhor tempo de Marinho foi 1,09". Para estabelecer-se uma comparação: o recorde ali no Circuito da Barra pertencia a Chico Landi com uma Ferrari 3 litros: 1 minuto cravado.
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A pista da Barra era improvisada, mas nem por isto deixava de ser boa para corridas. Para as provas de longa duração, não servia, mas para provas rápidas, de velocidade, servia muito bem. Sua extensão era de quase 2 quilômetros dos quais parte asfaltada e parte de paralelepípedos. Ela aproveitava dois trechos das avenidas Presidente Vargas e Sete de Setembro, tendo um formato quase triangular. Os baianos gostavam de novidades e os corredores paulistas constituiram verdadeiras atrações. No domingo, bem cedo, numeroso público já estava distribuido ao longo da pista, aí se mantendo até o final da prova, quando então improvisou uma "invasão", para poder ver carros e corredores mais de perto.
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Houve três provas, em duas largadas. A primeira era destinada a carros "standard" e Bird Clement venceu-a. Os DKW tinham de completar 50 voltas; os Volkswagen 49; e os Dauphine, 48, este era o handcap da prova. Acontece que Bird Clement completou as 50, enquanto o melhor Volkswagen fizera 48 e o melhor Dauphine, 47. A largada da segunda corrida (para carros preparados) foi dada junto com a terceira (para carros Força Livre). Lulu Geladeira venceu-a com um DKW. Tão pitorescos quanto no nome eram os corredores locais. Dois deles despontaram, seja na perícia demonstrada ao volante: o Lulu Geladeira (da Bahia, mesmo) e o Gêgê Bandeira (que veio de Recife).
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