segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A Última Viagem de Mike Hawthorn

Com Harry Schell e Peter Collins, êste também já falecido, em fevereiro de 1957 em um treino às vésperas do GP da Alemanha



1959 - Telegramas procedentes de Londres, deram conta da trágica morte do campeão mundial de 1958, Mike Hawthorn.

O primeiro volante britânico a conquistar o honroso título, resolvera abandonar o emocionante esporte, renunciar às emoções das pistas, alegando que tinha alcançado o máximo e era chegado o momento de "cuidar de outra vida".

A seus íntimos manifestara que a sequência de acidentes fatais era prudente aviso de que chegara o exato momento de abandonar as competições, conselho que achava não dizer sòmente respeito a êle mas a todos os volantes que vão à pista dispostos a correr de verdade.

Mal sabia o hábil volante que o Destino traçara as coisas de forma a êle encontrar a morte ao volante de um carro, numa trivial viagem de estrada. Sua hora estava marcada e o encontro com o fim, estava previsto para aquêle dia, naquele local e da forma como se verificou.

Relatam os depachos telegráficos que Mike Hawthorn, ao volante de seu Jaguar 3400 cc, dirigia-se para Londres pela Estrada Nacional A3. Estava a 60 quilômetros da capital britânica e a três de Guilford (Surrey), quando o carro derrapou violentamente, chocou-se com a trazeira de um caminhão, rodopiou vertiginosamente para projetar-se contra uma árvore. A morte de Mike foi instantânea e o carro ficou totalmente destruido.

Está de luto o automobilismo Mundial. Com 29 anos, defrontando-se com grandes esperanças no futuro, quando se preparava para voltar à direção de seus negócios, Mike Hawthorn encontrou a morte que já lhe armara seu atrós alçapão.

Mike Hawthorn, era proprietário de uma garage nas imediações de Londres. Entusiasta do auto-esporte, começou a participar de pequenas provas de turismo. Animou-se e a conquista, em 1955, com Ivor Burb das "24 Horas de Le Mans" projetaram-no a um plano de destaque entre os volantes nternacionais.

Afável, comunicativo, Hawthorn conquistou grandes amizades e era geralmente estimado nos meios automobilísticos internacionais. Sofreu rudemente, com outros, entre os quais, Fângio, a morte de Luigi Musso como também sentira a morte de Marques de Pórtago. Mas o acidente que pôs fim à carreira de Musso, impressionou-o sobremodo, tendo chegado a dizer a Fângio, naqueles dolorosos momentos que precederam à morte do grande volante italiano que "era chegado o momento de deixar isso" . Era o detentor do récorde da volta no Circuito de Reims, com a média de 203,015 Km/h.

Ainda há poucos dias, Mike Hawthorn concordara em ser o segundo piloto de Donald Campbell, de quem era grande amigo, na tentativa de récorde mundial de velocidade, em automóvel, na tentativa que o "rei da velocidade sôbre à água", irá tentar nos Estados Unidos no próximo ano.

Aí está, em traços gerais, a personalidade do volante britânico que pelo arrojo, pela sua audácia, pela perícia e capacidade mereceu as honras de "piloto chefe da Casa Ferrari" e que êle tão bem soube dignificar, conquistando o título máximo na temporada passada, para encontar a morte, de forma tão brutal, numa viagem de estrada comum.

Estava escrito que Mike Hawthorn, morreria ao volante de seu carro ... Coisas do destino.