UM ARISTOCRATA QUE TINHA UM ROLLS ROYCE
Êste é o carro de Lênin, que aparece na foto tendo ao fundo as torres do Kremlin e a famosa Catedral de Moscou. A foto foi batida antes da morte do Chefe da Revolução Comunista, em 1924.
1959 - Não faz muito tempo, entre as coisas que mais despertavam a atenção do visitante na Rússia era um carro que se dizia ter pertencido ao Chefe da Revolução Comunista de 1917, Lênin.
O automóvel, que mereceu referência de vários historiadores que examinaram a implantação do regime comunista na União Soviética, era tido como uma aberração burguesa na vida do agitador e propagandista que derrubou o último dos czares.
Êsse pequeno fato muito invocava a curiosidade daqueles que supunham que o confôrto fôsse apenas um atributo do nosso mundo capitalista. A hstória dêsse carro, que segundo alguns foi motivo de várias provocações, é bastante contraditória. Há mesmo uma pequena referência de John Reed em "Dez Dias que Abalaram o Mundo".
Causava estranheza que o líder da Revolução Operária saísse a passear pelas ruas de Moscou, ostentando um moderníssimo automóvel, que mais fazia lembrar um rico latifundiário, dono de poços de petróleo, ou mesmo um Henry Ford no dia do lançamento de um novo carro. Nesse ponto não resta dúvida, os dois grandes líderes do nosso tempo, Ford e Lênin, não divergiam. Cada um fêz a sua revolução, à sua maneira. e os dois, ao que parece, compreenderam que o progresso tem uma relação muito íntima com o automóvel.
Agora, segundo notícias que nos vêm do outro lado da "Cortina de Ferro", que começa a se dissolver, o carro de Lênin está sendo restaurado e, dentro em breve, será colocado no "Museu Lênin", que existe especialmente em Moscou, "in memorian" do antecessor de Stalin, o qual não era muito dado às coisas do automobilismo.
Sòmente, agora, com o advento da Era de Krutchev é que os carros estão sendo produzidos e consumidos pelo povo soviético. Recentemente, os "crediários" entraram na moda e, ao que tudo indica, um "Moscovith", o "Volga M-21" e o "Zill-111" (bastante luxuoso) poderão ser adquiridos pelos russos, que estão aprendendo muito ràpidamente que andar de carro na U.R.S.S. não é privilégio sòmente do Chefe da Revolução.
Causava estranheza que o líder da Revolução Operária saísse a passear pelas ruas de Moscou, ostentando um moderníssimo automóvel, que mais fazia lembrar um rico latifundiário, dono de poços de petróleo, ou mesmo um Henry Ford no dia do lançamento de um novo carro. Nesse ponto não resta dúvida, os dois grandes líderes do nosso tempo, Ford e Lênin, não divergiam. Cada um fêz a sua revolução, à sua maneira. e os dois, ao que parece, compreenderam que o progresso tem uma relação muito íntima com o automóvel.
Agora, segundo notícias que nos vêm do outro lado da "Cortina de Ferro", que começa a se dissolver, o carro de Lênin está sendo restaurado e, dentro em breve, será colocado no "Museu Lênin", que existe especialmente em Moscou, "in memorian" do antecessor de Stalin, o qual não era muito dado às coisas do automobilismo.
Sòmente, agora, com o advento da Era de Krutchev é que os carros estão sendo produzidos e consumidos pelo povo soviético. Recentemente, os "crediários" entraram na moda e, ao que tudo indica, um "Moscovith", o "Volga M-21" e o "Zill-111" (bastante luxuoso) poderão ser adquiridos pelos russos, que estão aprendendo muito ràpidamente que andar de carro na U.R.S.S. não é privilégio sòmente do Chefe da Revolução.
Os operários da Fábrica de Likhachov trabalham na restauração do carro que pertenceu a Lênin. Valeram-se de fotografias da época e de informações dos motoristas que o dirigiram.
O carro que pertenceu a Lênin encontra-se atualmente na Fábrica de Likhachov, em Moscou. Com a morte do revolucionário, ocorrida em 1924, o carro andou fora da circulação por muito tempo. Restava apenas uma fotografia da época, em que o referido automóvel ainda pertencia a Lênin. Depois dêle, o carro andou de mão em mão e, por incrível que pareça, sofre várias modificações.
Os técnicos da Fábrica de Likhachov recuperam o automóvel, e, agora, estão reparando e restaurando as partes mais danificadas, como se Lênin no dia seguinte fôsse reaparecer milagrosamente para dar um giro pelas ruas de Moscou. Neste difícil trabalho, que nenhuma oficina mecânica do Ocidente se aventuraria a fazer, valeram-se de fotografias do carro e de informações prestadas pelos motoristas que o conduziram durante o tempo em que pertenceu a Lênin, e depois, quando virou simplesmente um carro de segunda mão.
Consta que o "aristocrata" Lênin, guia espiritual da revolução dos operários, gostava muito do Rolls Royce. Lênin tinha um gôsto apurado.
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