A carreira de Nélson Piquet, no Brasil, começou em 1974, na Fórmula Volkswagen 1600. Sua intenção era correr na Fórmula Ford, tanto que havia encomendado um carro à Polar, pagando-o adiantado graças a um empréstimo obtido junto a um amigo. Mas o carro estava demorando muito para ficar pronto, até que Ronald Rossi, um dos donos da Polar, consultou-o sobre a possibilidade de trocá-lo por um Fórmula Super-Vê, categoria que estava começando no Brasil.
Comprou então uma Kombi usada em Brasília que ele mesmo modificou, e voltou ao Rio de Janeiro, onde passou dois meses na fábrica Polar até o carro ficar pronto. "Eu mesmo ajudei na montagem do carro e acho que, para entender tudo sobre o carro, nada melhor do que trabalhar na sua montagem. O difícil foi conseguir patrocinador, mas depois de umas três corridas uma revenda Volkswagen de Brasília me patrocinou".
Para chegar ao título brasileiro dessa categoria, em 1976, Piquet teve que se superar um ano (1975) de péssimos resultados. Mas o título de campeão, além de projetá-lo no automobilismo brasileiro, tornou possível sua vinda à Europa. "Graças a um grande amigo, o Chico Rosa, fiquei conhecendo o Emerson Fittipaldi e pude assim obter uma carta de apresentação dele para os irmãos Pedrazzani, da NOVAMOTOR. Além disso, sempre que podia, pedia ao Emerson para telefonar para lá pedindo que dessem um bom motor. Sabe como é, eu era meio "bicho do mato" e não podia acreditar que todos os motores feitos na NOVAMOTOR para a Fórmula 3 eram exatamente iguais. Só fui constatar isso quando comecei a freqüentar mais a fábrica: num teste de dinamômetro que acompanhei, verifiquei que os quatro motores que estavam sendo testados não tinham um pêlo de diferença. Isso comprova a seriedade do automobilismo europeu, ao contrário do que ocorre no Brasil, onde os preparadores não fazem dois motores iguais".
O trabalho, mesmo pesado, não assusta nem um pouco Nélson Piquet. Durante ano, viajou de caminhão por toda a Europa, em companhia de seu mecânico Ferdinando, um italiano que já trabalhou com Wilson Fittipaldi Júnior na Fórmula 3 e na Fórmula 2. Recentemente, ganhou mais uma companhia, a do brasileiro Adílson, que está muito interessado em aprender tudo sobre chassi de um carro monoposto, pois pretende ser mecânico na Fórmula 1. Já foi convidado uma vez pela equipe Fittipaldi, quando seus mecânicos eram brasileiros, mas acabou não ficando.
Somente a partir das últimas corridas é que Piquet não ajuda mais a carregar ou descarregar o caminhão. De tanto fazer esforço, acabou pegando uma hérnia, que agora o incomoda quando faz força. "Fui examinado pelo dr. Rafael Grajales (médico particular de Emerson e que assiste a todos os grandes prêmios de Fórmula 1) e ele me aconselhou a evitar fazer força. Mas não agüento muito ver os dois mecânicos trabalhando tanto e, de vez em quando, tiro a camisa e também faço um pouco de força. menos que antes, mas ainda assim sirvo para ajudar em alguma coisa".
Repetir um ano na Fórmula 3 poderia ser prejudicial para Piquet, já que correrá o risco de não ser campeão e ficar "queimado". Mas ele não acha:
"Este perigo existe, mas agora conheço bem um Fórmula 3 e quase todas as pistas onde serão disputados os campeonatos. Naturalmente quero ganhar o título, europeu ou inglês, mas se não der vou fazer força para vencer o maior número possível de corridas. O que mais me importa é o nome que eu possa fazer aqui na Europa. Cheguei à conclusão de que vale muito pouco ter sido campeão no Brasil.
"Todo mundo sai do Brasil se julgando campeão de alguma coisa, inclusive eu, e quando chega aqui toma um susto. Tudo é diferente, a começar pela maior potência dos carros de Fórmula 3 em relação à nossa categoria mais forte, que é a Fórmula 1600. Ainda há brasileiros que dizem que não vão correr na Fórmula 3 porque é quase igual à Fórmula 1600, dando preferência à Fórmula 2. Acho que nunca se sentaram num Fórmula 3, pois não imaginam como essa categoria é superior. A Fórmula 2, então, nem se fala".
"Primeiro quero me mudar para a Inglaterra, pois preciso ficar mais em contato com o grande centro do automobilismo e também aperfeiçoar meu inglês. Depois meu plano é formar uma equipe com dois carros. Sei que isso custa dinheiro, mas se eu quiser ir adiante tenho que investir.
Piquet pode ser considerado um "chato" do automobilismo. Sempre que pode vai assistir aos treinamentos em Monza (mora atualmente em Novara, Itália, próximo da fábrica da Novamotor e próxima também de Monza). Nos boxes parace um moleque, vai de um a um observando tudo atentamente. Durante os teste que Emerson realizou em Monza, logo depois do Grande Prêmio da Itália, ele acompanhou toda a movimentação dos mecânicos e sempre que podia perguntava ao Emerson o porquê das modificações.
"Sempre fui assim, bicão. É que eu quero aprender tudo".
Somente a partir das últimas corridas é que Piquet não ajuda mais a carregar ou descarregar o caminhão. De tanto fazer esforço, acabou pegando uma hérnia, que agora o incomoda quando faz força. "Fui examinado pelo dr. Rafael Grajales (médico particular de Emerson e que assiste a todos os grandes prêmios de Fórmula 1) e ele me aconselhou a evitar fazer força. Mas não agüento muito ver os dois mecânicos trabalhando tanto e, de vez em quando, tiro a camisa e também faço um pouco de força. menos que antes, mas ainda assim sirvo para ajudar em alguma coisa".
Repetir um ano na Fórmula 3 poderia ser prejudicial para Piquet, já que correrá o risco de não ser campeão e ficar "queimado". Mas ele não acha:
"Este perigo existe, mas agora conheço bem um Fórmula 3 e quase todas as pistas onde serão disputados os campeonatos. Naturalmente quero ganhar o título, europeu ou inglês, mas se não der vou fazer força para vencer o maior número possível de corridas. O que mais me importa é o nome que eu possa fazer aqui na Europa. Cheguei à conclusão de que vale muito pouco ter sido campeão no Brasil.
"Todo mundo sai do Brasil se julgando campeão de alguma coisa, inclusive eu, e quando chega aqui toma um susto. Tudo é diferente, a começar pela maior potência dos carros de Fórmula 3 em relação à nossa categoria mais forte, que é a Fórmula 1600. Ainda há brasileiros que dizem que não vão correr na Fórmula 3 porque é quase igual à Fórmula 1600, dando preferência à Fórmula 2. Acho que nunca se sentaram num Fórmula 3, pois não imaginam como essa categoria é superior. A Fórmula 2, então, nem se fala".
"Primeiro quero me mudar para a Inglaterra, pois preciso ficar mais em contato com o grande centro do automobilismo e também aperfeiçoar meu inglês. Depois meu plano é formar uma equipe com dois carros. Sei que isso custa dinheiro, mas se eu quiser ir adiante tenho que investir.
Piquet pode ser considerado um "chato" do automobilismo. Sempre que pode vai assistir aos treinamentos em Monza (mora atualmente em Novara, Itália, próximo da fábrica da Novamotor e próxima também de Monza). Nos boxes parace um moleque, vai de um a um observando tudo atentamente. Durante os teste que Emerson realizou em Monza, logo depois do Grande Prêmio da Itália, ele acompanhou toda a movimentação dos mecânicos e sempre que podia perguntava ao Emerson o porquê das modificações.
"Sempre fui assim, bicão. É que eu quero aprender tudo".