sexta-feira, 13 de maio de 2016

REI DO GASOGÊNIO!

Modelos Buick montados pela GMB movidos a gasogênio

Francisco Landi, pode ser que os mais novos não se lembrem dele. Mas ele, lembra-se muito bem de quando, em sua mocidade, a gasolina foi proibida aos particulares. Só carro oficial, táxi e ônibus tinham direito. E a saída foi usar o gasogênio. A GMB já sentia as consequências da II Guerra Mundial e teve que se integrar ao esforço bélico em que o país se empenhava. Produziu 2 mil aparelhos de gasogênio, sistema utilizado na época do conflito, como alternativa de combustível para os veículos, ante a escassez de gasolina.

O governo liberou a fabricação e bastava conseguir aprovação da Comissão de Energia Térmica para poder comercializar o aparelho. Chico fabricava o gasogênio São Paulo, mas corria com o Amélia, da Laminação Nacional de Metais. E nas provas da categoria turismo, válidas para o campeonato brasileiro, Chico foi campeão três anos: 43/44/45.

A guerra na Europa não impedia a alegria do Carnaval e nos salões havia Amélia de verdade fazendo sucesso: o samba de Ataulfo Alves e Mario Lago. Em véspera do Carnaval de 44, exatamente no dia 6 de fevereiro, Chico subiu a serra pela Rio-Petrópolis com um Buick 41, na prova Subida da Montanha, à velocidade média de 91 Km/h. Dois minutos menos que o recorde a gasolina de Ari Cortez Santana, em 41.

O secretário de Segurança do Rio não acreditou. Exigiu que Chico Landi repetisse. Mas queria mesmo era viajar ao lado do herói.

"Fiz o que o homem falou e mandei pau. No meio da serra ele pediu pra parar. Disse que acreditava no meu tempo".

Quatro meses depois, no mesmo Buick, Landi vencia outra etapa do campeonato brasileiro, desta vez cobrindo a Prova Comandante Amaral Peixoto, entre Niterói e Campos: 291 Km em 2h33'31" média de 105 Km/h. Marca 16 minutos mais rápida que o recorde a gasolina.

Aí, Chico recebeu um apelido: Rei do Gasogênio!