Mais um pouco e aplaudiremos a vaia
A maneira como a imprensa brasileira está tratando a medalha de prata ganha pelo francês Renaud Lavillenie, agora na Suíça, no Diamond League, derrotado pelo norte-americano Sam Kendricks, medalha de bronze na Rio 16, parece mais que inocentar quem o vaiou no Estádio Nilton Santos.
Mais um pouco se aplaudirá o gesto malcriado na hora da competição e no pódio.
O tom do noticiário de hoje é este: mesmo sem vaias, francês não consegue o ouro.
Primeiramente, trata-se de uma contradição, por diminuir a prata que, quando é brasileira, se diz valer como ouro.
Segundamente, comete-se uma injustiça com o francês campeão olímpico em Londres, que em nenhum momento justificou seu segundo lugar por causa das vaias.
Ele apenas as criticou com veemência, por ferir o espírito olímpico.
E se exagerou ao considerá-las tão nocivas como as dedicadas a Jessie Owens pelos nazistas, esteve muito perto de acertar ao dizer que Usain Bolt não seria tão bem tratado se tivesse um rival brasileiro.
Pelo menos é o que se pode concluir depois de ver como foram tratados os adversários dos atletas nacionais.
publicado no blog do juca kfouri