quarta-feira, 11 de outubro de 2017

PRIMEIROS PONTOS





1979 - Finalmente, Nelson Piquet marcou seus primeiros pontos na Fórmula 1 ao chegar em quarto lugar no Grande Prêmio da Holanda. E, curiosamente, no mesmo circuito onde, no ano passado, Bernie Ecclestone fez o convite para que Nelsinho entrasse para a equipe Brabham, quando o candanguinho ainda era um mero aspirante à F1, competindo com um McLaren M23 do team BS.

"No ano que vem eu vou ter carro, pode crer"...dizia Piquet, desolado com as condições do velho M23, o mesmo que havia sido abandonado pelo norte-americano Brett Lunger.

"Eu quero sair da temporada de 1979 como piloto graduado"...afirmava confiante, ainda tentando manter segredo do convite que lhe havia feito o todo poderoso chefão da F1.

Desde sua estréia, no Grande Prêmio da Alemanha, em Hockenheim, com um Ensign, até os pontos marcados no domingo em Zandvoort, Piquet competiu 17 Grandes Prêmios oficiais, mas seu melhor resultado até aqui foi na Corrida dos Campeões, em Brands Hatch, Inglaterra, com um expressivo segundo lugar.

Hoje, Piquet vive uma rápida ascensão. Já foi definido como primeiro piloto da equipe para 1980, é o Test driver do novo Brabham, o BT49 com motor Cosworth, e deu uma soberba prova de maturidade como piloto de grand prix nessa corrida da Holanda.

Sabia que seu carro não tinha condições de partir para uma luta franca e aberta contra os melhores protótipos atuais pela fragilidade do motor V12 da Alfa Romeo. Por isso seguiu a tática mais lógica: partiu bem, manter a posição conseguida no grid de largada e, do meio da corrida em diante, imprimir um ritmo mais forte. Tudo isso para poupar os pneus e esperar que o tanque ficasse com metade do combustível, deixando seu pesado BT48 mais leve, e exigindo mesmo do problemático motor.

Foi essa a receita de Piquet para chegar em quarto lugar. Mas, mesmo assim, teve que desistir de brigar com Jacques Laffite pela terceira posição. Briga que, além dos pontos, resultaria em sua primeira subida ao pódio da F1.

" Não adiantava brigar com Laffite. Meu carro já estava um pouco instável e o motor já tinha perdido alguns HP. O negócio era me manter por ali, afinal, estava louco para terminar uma corrida, coisa que as quebras ainda não me tinham permitido com este carro."

Foi um prêmio justo para Nelson Piquet. Um piloto elogiadíssimo por todos os entendidos em F1 e que já poderia ter sido segundo em Mônaco, quarto na Alemanha e quinto na Áustria, não fossem as quebras dos motores.

Mesmo assim, firmou-se como a grande revelação da F1 desta temporada, demonstrando que seu atual protótipo não lhe dava maiores chances. Prova disso é que está à frente no campeonato do grande Niki Lauda, seu companheiro de equipe e de sofrimento a bordo dos BT48.