quarta-feira, 24 de outubro de 2018

CIRCO EM CHAMAS



1981 - "Quando aqueles senhores mafiosos ingleses despertarem, a Fórmula 1 estará morta. "


O desabafo e a profecia, foi lançada por Franco Lini, o mais antigo jornalista especializado em automobilismo ainda em atividade, ao se referir às brigas entre FISA e FOCA e entre os construtores e Colin Chapman.

A briga começou em Londres, onde os comissários desportivos não autorizaram o Lotus 88 a participar da corrida, e continuou no Brasil.

Mas Chapman tinha esperança de fazer o carro correr na Argentina.

O maior problema de Colin Chapman é que ele poderá perder o patrocínio da Essex caso o Lotus 88 não obtenha a homologação da FISA.

Foi por isso que ele distribuiu um comunicado à imprensa em Buenos Aires, no qual lembra que, por duas vezes, seu carro fora aceito pelos comissários técnicos e que por duas vezes fora proibido pelos comissários desportivos, sob a pressão de grupos.

Colin Chapman lembrou, também, que seu carro foi considerado ilegal na Argentina, mesmo com o parecer de uma comissão técnica do Automóvel Clube.

Chapman finalizou seu comunicado dizendo que preferia se ausentar da corrida para observar o lançamento do Ônibus Espacial Columbia, "uma conquista da humanidade que refrescará minha mente fazendo-me esquecer tudo que tive que suportar nas últimas quatro semanas. "

Por causa do comunicado, o francês Jean Marie Balestre, presidente da FISA, multou a equipe Essex-Lotus em 100 mil dólares. A FISA também distribuiu um comunicado que termina assim:

"Esperamos que o espetáculo da nave espacial Columbia dê ao sr. Chapman o tempo necessário para apresentar sua defesa perante as instâncias superiores, esquecendo de vez por todas as polêmicas públicas e as acusações sem fundamento."

Nesse comunicado-resposta, Jean Marie Balestre diz que é dever da entidade defender os possuidores de licença da FISA (oficiais ou concorrentes) quando são objeto de ataques e de mentiras.