domingo, 18 de dezembro de 2011

STOCK-CARS EM PORTUGAL

    
Um autódromo bonito. E perigoso

O Autódromo de Estoril possui dois circuitos, mas a prova transcorreu no B


1982 - A 20 quilômetros de Lisboa e praticamente dentro do balneário, o Autódromo do Estoril possui uma excelente infra-estrutura. Em sua moderna arquitetura existem centenas de metros quadrados destinados exclusivamente a complementar o lazer de cada aficionado.

Restaurantes, lanchonetes, escolas de pilotagem, boutiques de roupas, material esportivo e equipamentos e até mesmo uma sofisticada boate, demonstram que ele foi construído com o objetivo de sediar o maior número de provas internacionais, inclusive Fórmula 1.

Projetado pelo brasileiro Ayrton Cornelsen, tio de Aryon, ex-piloto da Fórmula 3 inglesa, o Autódromo do Estoril foi inaugurado em 1972 e viveu grandes emoções; Campeonato Europeu de Fórmula 2 e Campeonato Mundial de Kart, até sua interdição, pelo governo que assumiu o controle do país, na famosa "Revolução dos Cravos".

Antes disso, a crise energética mundial havia provocado o cancelamento de todas as provas do calendário português, em 1974.

Até o final de 1978 ele ficou sob intervenção mas, em 29 de setembro do ano passado, foi entregue, em lastimável estado (a pista principal, repleta de ondulações, até hoje está impraticável) à atual administração, sob a responsabilidade do brasileiro João Paulo Teotônio Pereira.

No momento, a maior obsessão é tornar este conjunto turístico-esportivo novamente viável e já existe um calendário sendo cumprido, com uma média de duas provas a cada mês. Mas, a maior esperança de que os portugueses novamente acordem para o automobilismo e motociclismo parece recair mesmo no sucesso da temporada de Stock-Cars.

Da divulgação maciça e do grande espetáculo podem ressurgir os bons tempos.

Não poderia haver lugar mais bonito para se construir um autódromo. Sol durante quase o ano inteiro e um circuito rodeado de jardins, compõem o panorama. Mas, se as dependências são excelentes e a arquitetura muito moderna, em termos de pista ainda há muito que fazer para que o Estoril seja considerado um autódromo tão seguro quanto moderno.

A pista é estreita e as áreas de escape paticamente não existem. Só como exemplo vale frisar que na Curva Um, depois de uma reta de um quilômetro completo, os guard-rails ficam a menos de dois metros do limite do asfalto. Como paliativo foram colocados uma pequena tela e alguns pneus.

Na opinião de Alencar Jr, um dos pilotos brasileiros que mais rapidamente se adaptam aos diferentes circuitos:   " este autódromo lembra muito o de Tarumã, quase sem áreas de escape, muito estreito e com curvas de raio constante em aclive e declive".

Ainda na opinião de Alencar Jr., as curvas mais difícies são a Curva Um, pela velocidade e proximidade com o guard-rail e a saída do Esse, com uma perna para a esquerda: " Ali não se pode errar nem a velocidade nem o traçado porque senão vai parar lá no meio do mato. E felizmente, neste trecho existe espaço bastante para quem sair da pista".

Com três freadas fortes e poucas trocas de marcha, assim mesmo o Estoril é um circuito difícil para os Stock-Cars porque exige um traçado perfeito e muita concetração. No final do Retão se chega a 6.200 RPM, em quarta marcha e em torno de 240 Km/h.