Amigos, fevereiro chegou e os motores voltam a roncar. A F1 anunciou algumas mudanças para a temporada de 2019, são alterações na parte aerodinâmica. Não sei se vai dar resultado, não entendo bulufas de downforce, mas alguns especialistas no assunto dizem o contrário e acham que a coisa pode piorar. Então vamos ter que esperar para ver.
Para mim a grande atração da temporada vai ser o Charles Leclerc pilotando uma Ferrari.
Como já expliquei aqui, fui contra essa mudança, mas graças a ela vamos ter um pouco de emoção.
Com Kimi dividindo a equipe com Vettel teríamos o marasmo de sempre, tudo previsível, e a Mercedes dominando com Lewis "Lucky Boy" Hamilton, como Stewart o definiu na sua recente entrevista, "esse nasceu com a bundinha virada pra Lua", na melhor equipe com o melhor motor e ainda "ajudado" por um panaca como o Bottas. Então viva "Charles Leclerc" na Ferrari.
Com Kimi dividindo a equipe com Vettel teríamos o marasmo de sempre, tudo previsível, e a Mercedes dominando com Lewis "Lucky Boy" Hamilton, como Stewart o definiu na sua recente entrevista, "esse nasceu com a bundinha virada pra Lua", na melhor equipe com o melhor motor e ainda "ajudado" por um panaca como o Bottas. Então viva "Charles Leclerc" na Ferrari.
Por enquanto é tudo um mistério. Ninguém sabe como o time vai se posicionar.
Como já comentei aqui, na minha opinião a coisa lógica seria a entrada de Ricciardo na equipe.
Se o time estivesse "fechado" com Vettel teriam mantido Kimi. Como Andretti comentou, Kimi e Seb se davam bem porquê mudar. Você só precisa de um piloto para ser campeão. Mas o que tudo indica a equipe "tá rachada". A entrada de Leclerc é uma prova disso.
Só que isso foi um erro.
Já que eles querem mudanças, pois não confiam mais no taco do Vettel, que colocassem alguém do mesmo nível e com experiência comprovada, não um "novato" como Leclerc. Esse é o ponto que causa estranheza.
Tem muito idiota dizendo que é para "dar um calor" no Vettel. Isso é burrice.
O Vettel não "precisa de calor". Ele precisa é de tranquilidade, de apoio. A situação já está tensa o suficiente com todos os acontecimentos do ano passado, e o próprio time quer tumultuar mais as coisas. É isso que eu vejo com a entrada "apressada" do Leclerc.
A Ferrari tem todo o direito de não acreditar mais no Vettel. Tem muita gente lá dentro que não acredita mais na possibilidade dele ser campeão, mas neste caso, o cara certo para o lugar do Kimi seria o Ricciardo.
Daniel Ricciardo além de ter velocidade, tem experiência de sobra para lidar com todo tipo de adversidades que um disputa por título exige. Além disso ele é um piloto que sabe conviver com um companheiro de time "forte", não cria problemas que acabam "contaminando" e prejudicando o time todo. Teve um bom relacionamento na Red Bull com Max Verstappen.
Todas as suas "pendengas" (que devem ter sido muitas) foram resolvidas "entre quatro paredes" e em nenhum momento isso veio a público. Resumindo: era o "homem certo".
Já para Charles Leclerc, é impossível que dispute o título no seu primeiro ano de Ferrari.
Ele é rápido, tem velocidade para acompanhar o ritmo do Vettel e até para superá-lo. Mas não tem experiência para disputar título. Se o Seb com 4 títulos na bagagem, teve dificuldades, imaginem para um "fraldinha".
Ele é rápido, tem velocidade para acompanhar o ritmo do Vettel e até para superá-lo. Mas não tem experiência para disputar título. Se o Seb com 4 títulos na bagagem, teve dificuldades, imaginem para um "fraldinha".
Tem muita gente fazendo comparações com o ano de estréia do Hamilton, mas isso é um equívoco.
O ano de estréia do Hamilton foi um desastre.
A McLaren era a melhor equipe, tinha o melhor carro e o melhor piloto (Alonso) e mesmo assim perderam o título. Então o ano de estréia do Hamilton serve de exemplo para o que uma equipe "não deve fazer".
Se Ron Dennis no começo do ano tivesse estabelecido certas regras, chamado os dois pilotos e dito: esse ano é do Alonso, e você Hamilton vai esperar que a tua vez vai chegar. É bem provável que eles conquistassem o título daquele ano.
Mas Ron colocou o inexperiente Hamilton para "DAR CALOR" no Alonso e acabaram perdendo tudo. Hamilton não ganhou porque cometeu muitos erros de "piloto sem experiência". Não tinha maturidade suficiente para lidar com os problemas que envolvem uma disputa desse nível. Ter só velocidade não é o suficiente.
E tem mais. Esse meu comentário é em cima de um provável Ferrari competitiva. Porque se olharmos para o final da temporada passada, a Mercedes terminou o ano dominando tudo. Então só estou "supunhetando" que o carro Ferrari será competitivo.
Porque se a Ferrari não tiver o melhor carro, a coisa pode ficar pior.
Neste caso, Leclerc, em hipótese alguma, pode "roubar" ponto do Vettel. Em uma disputa "apertada" todo ponto é importante, o que significa muito "sacrifício" por parte de Charles Leclerc.
Um tipo de "sacrifício" que pode ser cruel para um jovem piloto.
A maior preocupação é saber se Leclerc terá estrutura emocional para suportar tudo isso.
Vou citar um exemplo que nos brasileiros conhecemos bem: a disputa pelo título em 2008.
Em 2008 na minha opinião Felipe Massa estava pronto para disputar o título. Além da velocidade, tinha a experiência necessária e estrutura emocional para suportar uma disputa pelo campeonato.
Massa não foi campeão (foi por 10 segundos) mas lutou até a última corrida pelo título. Um piloto novato talvez não suportasse essa pressão.
Massa sofreu com muitos problemas durante o decorrer da temporada, mas não deixou que isso atrapalhasse seu desempenho na briga pelo título. Não baixou a cabeça, e continuou lutando.
Vou citar somente dois: o Grande Prêmio da Hungria, onde Massa vinha fazendo uma tremenda corrida e teve o motor estourado faltando três voltas para o final e o Grande Prêmio de Singapura, onde por causa de um erro de um membro da equipe teve o seu resultado prejudicado.
São situações onde a experiência e estrutura emocional contam.
Como reagiria um "novato" Leclerc diante de uma "quase" certa vitória perdida a 3 voltas do final, por um problema mecânico. Qual seria sua reação.
Será que faria como fez no "incidente" com Kmag ano passado, onde demorou "um mês" para digerir.
Ou o caso de Singapura, onde "por um erro de um mecânico" pode ter custado um título.
Felipe Massa assimilou tudo isso muito bem, porque a experiência o ensinou que isso faz parte do jogo. Não deixou que esses problemas o abalassem e continuou na disputa pelo título até a última prova.
É esse tipo de "experiência" e "estrutura emocional" que eu falo.
Como será que Leclerc vai assimilar quando for obrigado a entregar posição para o Vettel.
Esse tipo de situação, que é sempre difícil para qualquer piloto, é mais "fácil" de ser absorvida por um veterano do que por um jovem.
Uma situação nova para Charles Leclerc, que desde que chegou a F1, e até antes disso, nas categorias de base, "nunca" teve que enfrentar.
Uma situação nova para Charles Leclerc, que desde que chegou a F1, e até antes disso, nas categorias de base, "nunca" teve que enfrentar.
Leclerc chega na Ferrari com excelentes credencias pelos resultados obtidos na Sauber, está numa fase crescente em sua carreira. É jovem com "testosterona" a mil, ávido para mostrar resultado, pode ter que se curvar diante de uma eventual preferência por Vettel pela Ferrari.
Imaginem ele ter que entregar a terceira colocação numa corrida para o Vettel. Situação difícil para um rookie aceitar. Ele sabe que é mais rápido, mas diante das circunstância é obrigado a ceder.
O problema é mais complexo do que parece. Não se trata somente de "obedecer ordem", mas também que efeitos isso pode gerar em seu desenvolvimento como piloto
O problema é mais complexo do que parece. Não se trata somente de "obedecer ordem", mas também que efeitos isso pode gerar em seu desenvolvimento como piloto
Cada pessoa reage de uma forma diferente diante de uma situação como essa. Como será que ele reagirá ?
Há duas possibilidades:
Assimilar bem e não deixar que isso prejudique o seu desempenho pelo restante da temporada ou a outra possibilidade é acontecer um "efeito Vandoorne" ou "efeito Bottas". Sumir do mapa e seu desempenho começar a piorar.
Vandoorne teve uma estréia promissora na F1. Superou Jenson Button nos treinos e terminou nos pontos na sua primeira corrida. Só que depois devido ao baixo rendimento do carro McLaren, mais o fato de ser companheiro de Fernando Alonso, acabaram com sua carreira. Não teve, na minha opinião, estrutura emocional para suportar isso tudo. Os seus resultados na F1 não foram compatíveis com o seu talento.
O Bottas também pode servir de exemplo, apesar de não ser um rookie quando de sua entrada na Mercedes.
Teve um começo avassalador, para um piloto novato que não conhecia o time, que chegou na equipe depois de uma reviravolta total, e tendo como companheiro um piloto fortíssimo como o Hamilton. Conseguiu excelentes resultados na primeira parte da temporada, até que por um erro de cálculo (do próprio Bottas) no GP da Hungria, selou o seu destino.
Como falei, ter velocidade não é o suficiente quando se disputa um título mundial.
Ainda não está clara qual será a sua posição dentro da Ferrari, por isso vamos ter que aguardar as primeiras provas.
Mas se a Ferrari fizer com Ron Dennis fez no ano de estréia do Hamilton, e deixar Leclerc "solto" para disputar com o Seb, teremos um briga (guerra) interna dentro do time que pode levar a perda do campeonato.
Na rival Mercedes, as coisas já estão bem definidas faz muito tempo. Toto Wolff deixou isso bem claro. Bottas é, e sempre será o "wingman" do Hamilton. Apesar do "discurso" contrário ele nunca permitirá que Bottas incomode Hamilton. Sempre que foi preciso ele não titubiou em dar as ordens mesmo sabendo que isso destruiria Bottas como piloto.
Não teve escrúpulos em extrair tudo do finlandês no seu objetivo em fazer Hamilton campeão. Bottas serviu aos interesses da equipe mas pagou um preço caro por isso. Custou-lhe sua carreira na F1. Tiraram tudo dele e o que sobrou foi só bagaço.
Na rival Mercedes, as coisas já estão bem definidas faz muito tempo. Toto Wolff deixou isso bem claro. Bottas é, e sempre será o "wingman" do Hamilton. Apesar do "discurso" contrário ele nunca permitirá que Bottas incomode Hamilton. Sempre que foi preciso ele não titubiou em dar as ordens mesmo sabendo que isso destruiria Bottas como piloto.
Não teve escrúpulos em extrair tudo do finlandês no seu objetivo em fazer Hamilton campeão. Bottas serviu aos interesses da equipe mas pagou um preço caro por isso. Custou-lhe sua carreira na F1. Tiraram tudo dele e o que sobrou foi só bagaço.
E se a Ferrari colocar um "cabresto" no jovem monegasco, corre o risco de acontecer a mesma coisa.
E repito: tudo isso vai depender do desempenho do carro esse ano (se vai ser competitivo) e do comportamento na equipe em relação a seus pilotos (situação de hierarquia) e o novo método de trabalho que será implantado com a saída de Arrivabene e a entrada de Binotto.
Isso tudo tem que ser "posto na mesa" antes do início da temporada.
E resta saber se o jovem Leclerc de 21 anos, vai ter estrutura psicológica para lidar com tudo isso.