Nas horas de folga, na cidade, a tranqüilidade do jipe
Até há pouco, a grande preocupação da Brabham era conseguir uma vitória convincente na Fórmula 1. Uma vitória de superioridade técnica, como fora, por exemplo, a de José Carlos Pace, em Interlagos, no Grande Prêmio do Brasil de 1975.
Mas a partir da vitória em Long Beach esse objetivo, deixou de existir e a equipe se viu, de repente, numa nova situação, a de vir sendo apontada como uma das mais sérias candidatas ao título deste ano. Com isso, naturalmente, aumentou muito a responsabilidade de seu primeiro piloto, o brasileiro Nélson Piquet.
" Minha preocupação, realmente, passou a ser muito maior, reconhece Piquet. Agora tenho que continuar tentando as vitórias, mas sempre lembrando que o título está em jogo. Desse modo terei que ser muito mais cauteloso que antes, quando fazia de tudo para vencer ao sentir alguma boa possibilidade ".
Para Piquet, o favorito antecipado desta temporada de Fórmula 1 é o francês René Arnoux, que pilota atualmente o carro mais competitivo da categoria, o Renault Turbo. Além de Arnoux, que considera o maior candidato ao título, Piquet aponta como sérios adversários nessa temporada o australiano Alan Jones e os franceses Didier Pironi e Jacques Laffite.
Brabham, Williams e Ligier são três carros praticamente com o mesmo potencial. Têm os mesmos motores e aerodinâmicas muito parecidas. Agora, o Renault é um carro completamente diferente. È mais potente e usa outro tipo de pneu.
Das Ferrari Piquet não tem medo. Ele acha que a fábrica italiana ganhou o campeonato porque tinha um pneu superior. Depois que a GoodYear melhorou a qualidade de seus pneus, a Ferrari não consegue mais classificar seus carros nos treinos, ainda mais que agora não é permitido usar pneus especiais para as tomadas de tempo.
Quanto às modificações que estão sendo propostas para modificar o regulamento da Fórmula 1, para o ano que vem, Piquet tem um motivo muito claro para ser contra: acha que é simplesmente uma campanha da Ferrari, " a equipe que tem mais poder político dentro da Fórmula 1".
" Com seus carros não estão bem porque o WindCar não funciona com o motor Boxer, muito largo, estão querendo tirar as saias dos carros de Fórmula 1. Se isso acontecer, no ano que vem eles continuarão com o mesmo carro e serão campeões de novo ".
Piquet adverte, entretanto, que isso poderá ser fatal para a Fórmula 1:
" No dia em que as grandes fábricas começarem a mudar o regulamento para atender as suas conveniências, deixará de haver interesse dos patrocinadores pelas equipes pequenas e muito menos interesse por parte do público. Hoje, apesar do domínio dos Turbos, existem outras equipes com boas possibilidades de conquistar o título, o que é um fator muito importante para a continuidade da categoria ".
Piquet acrescenta que atualmente tem sido possível um grande desenvolvimento dos carros de corrida, o que torna muito difícil um prognóstico seguro sobre o resultado das próximas provas. E lembra que a própria Brabham já tem um carro totalmente novo na parte traseira.
Financeiramente, Piquet diz não estar sendo bem recompensado na Brabham. Ganha um fixo anual e mais um quinto dos prêmios por corrida. As despesas com viagens são por sua conta. Apesar disso, considera ótimo seu relacionamento dentro da equipe, onde permanece horas seguidas ao lado dos desenhistas e mecânicos, e faz questão de deixar claro que vai cumprir esse contrato até o fim.
" Quanto a gente está na Fórmula 3, assina qualquer contrato para correr na Fórmula 1. Eu não posso me queixar ".
Uma coisa, apenas, parece estar sendo difícil para Piquet : conciliar seu sucesso na Fórmula 1 com seu temperamento seco, arredio a entrevistas e a qualquer tipo de publicidade envolvendo sua pessoa.
" Não gosto de misturar minha vida particular com o automobilismo. Por isso faço o possível para ser o mais direto possível, só respondo assunto técnico ".
E na Europa ou mesmo em Brasília, onde esteve alguns dias, tem feito de tudo para se manter escondido das máquinas fotográficas e das câmaras de televisão. Naturalmente, ainda levará algum tempo para se habituar com sua nova condição: a de ídolo da Fórmula 1.
" No dia em que as grandes fábricas começarem a mudar o regulamento para atender as suas conveniências, deixará de haver interesse dos patrocinadores pelas equipes pequenas e muito menos interesse por parte do público. Hoje, apesar do domínio dos Turbos, existem outras equipes com boas possibilidades de conquistar o título, o que é um fator muito importante para a continuidade da categoria ".
Piquet acrescenta que atualmente tem sido possível um grande desenvolvimento dos carros de corrida, o que torna muito difícil um prognóstico seguro sobre o resultado das próximas provas. E lembra que a própria Brabham já tem um carro totalmente novo na parte traseira.
Financeiramente, Piquet diz não estar sendo bem recompensado na Brabham. Ganha um fixo anual e mais um quinto dos prêmios por corrida. As despesas com viagens são por sua conta. Apesar disso, considera ótimo seu relacionamento dentro da equipe, onde permanece horas seguidas ao lado dos desenhistas e mecânicos, e faz questão de deixar claro que vai cumprir esse contrato até o fim.
" Quanto a gente está na Fórmula 3, assina qualquer contrato para correr na Fórmula 1. Eu não posso me queixar ".
Uma coisa, apenas, parece estar sendo difícil para Piquet : conciliar seu sucesso na Fórmula 1 com seu temperamento seco, arredio a entrevistas e a qualquer tipo de publicidade envolvendo sua pessoa.
" Não gosto de misturar minha vida particular com o automobilismo. Por isso faço o possível para ser o mais direto possível, só respondo assunto técnico ".
E na Europa ou mesmo em Brasília, onde esteve alguns dias, tem feito de tudo para se manter escondido das máquinas fotográficas e das câmaras de televisão. Naturalmente, ainda levará algum tempo para se habituar com sua nova condição: a de ídolo da Fórmula 1.